Diante da gravidade cada vez maior dos incêndios no país, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino decidiu abrir espaço para o governo gastar mais no combate às chamas, sem comprometer a meta fiscal – e flexibilizou regras de contratação de brigadistas. Em conversa com interlocutores, Dino desabafou ao questionar os que criticavam as suas decisões. Perguntou: por que há tanta diferença entre o mutirão para socorrer o Rio Grande do Sul e o que está acontecendo na Amazônia e no Pantanal? O ministro disse ainda aos interlocutores que a sensação é de que a sociedade socorre nas enchentes, mas acha “normal” ter seca e incêndio. Perguntou, ainda lembrando um símbolo da tragédia no Sul: quantos cavalos caramelo estão sendo vítimas todos os dias na Amazônia e no Pantanal? Tempo seco e queimadas mudam a paisagem do país Críticas a Dino e a Lula O ministro Flávio Dino refuta as críticas de que estaria exorbitando em suas medidas. Segundo ele, as decisões estão sendo tomadas para cumprir um acórdão do plenário do Supremo Tribunal Federal, de março deste ano. Não são medidas administrativas, mas judiciais específicas num momento de emergência climática, lembradas a seus assessores. Diante das críticas de demora na ocorrência de focos de incêndio, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva destaca que a maioria dos incêndios no Brasil são criminosos e as investigações da Polícia Federal vão mostrar isso. Ação de infratores dificulta, diz tempo de Marina A equipe da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alerta que, mesmo fazendo tudo para enfrentar os focos de incêndios em 80% da Amazônia e do Pantanal, a ação de infratores torna todo trabalho muito mais difícil de ser eficaz. A seca, lembra a equipe de Marina, não atinge apenas o Rio Grande do Sul e Santa Catarina – e está presente no restante do país. Por isso, Marina vem defendendo o aumento da pena (atualmente, no máximo quatro anos de prisão) para quem põe fogo de forma criminosa no meio ambiente. Em Brasília, o incêndio no Parque Nacional da Água Mineral começou na Granja do Torto, onde fica uma residência oficial da Presidência. A suspeita é de que tenha sido um crime.
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