A investigação conduzida pela PF levou ao indiciamento de 40 pessoas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o próprio general da reserva. Braga Netto foi detido sob suspeita de interferir nas apurações. PF indicia 37 pessoas em inquérito sobre golpe de estado Reprodução A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa desde novembro as conclusões do inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Cabe ao órgão decidir se haverá rejeição contra os indiciados pela Polícia Federal . A investigação foi conduzida pela PF e encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se a PGR oferecer denúncia, caberá à Corte decidir se transformar — ou não — os acusados em réus. No total, 40 pessoas foram indiciadas por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O inquérito chegou ao centro de debate político depois de uma operação, na manhã deste sábado (14), que prendeu o ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto, sob suspeita de interferência nas investigações. Braga Netto está na lista de indiciados pela PF. Também consta o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputou a reeleição em 2022 ao lado do ex-ministro da Defesa. De acordo com a Polícia Federal, o general Braga Netto tentou obstruir — isto é, atrapalhar — o avanço da apuração. Alexandre de Moraes mencionou, no despacho que autorizou a prisão do militar, que a PF trouxe elementos que apontam que o ex-ministro “atuoso, dolosamente, para impedir uma elucidação total dos fatos”. Moraes menciona, como uma das ações, a tentativa do ex-ministro em obter informações a respeito da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A investigação também mostra que o general da reserva obteve e entregou recursos para organizar e executar a Operação “Punhal Verde e Amarelo” — um plano para matar autoridades na esteira do golpe de Estado. A seguir, nesta reportagem, o g1 explica (clique para seguir ao conteúdo): em que ponto está o inquérito e quais os próximos passos O inquérito PF divide indiciados em 6 núcleos de atuação na tentativa de golpe; entender A investigação foi concluída em novembro pela Polícia Federal. O relatório final, que soma mais de 800 páginas, foi apresentado ao Supremo. À época, foram indicados o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas. 🔎Para entender: indicar significa considerar crimes a uma pessoa ou a um grupo. O procedimento é feito pela polícia, geralmente ao final de um inquérito. Cabe ao MP oferecer uma denúncia; e à Justiça converte — ou não — os acusados em réus, além de condenar. O caso chegou à PGR na última semana de novembro. No último dia 11, a Polícia Federal indiciou mais três pessoas. Com isso, o número total de indiciados subiu para 40. Clique aqui para voltar ao início. Próximos passos Agora, a apuração está sob análise da Procuradoria-Geral da República. O órgão, da cúpula do Ministério Público Federal (MPF), atua em processos que tramitam no STF. Possíveis caminhos Depois de encerrar a análise, a PGR poderá decidir: 📁Arquivar as investigações — o que significa que o caso está encerrado. 🚨Denunciar o grupo ao Supremo — o que leva a Corte a analisar a acusação. Caso a Corte receba uma denúncia, será aberta uma ação penal contra o grupo, que será julgada com a definição de culpados e inocentes. ⌛️Pedir mais diligências — caberá ao ministro Alexandre de Moraes avaliar a solicitação e determinar à PF a execução das medidas. Ação penal Se for aberta uma ação penal, os envolvidos vão se tornar réus. O processo passa por etapas de coletas de prova. Ao final, será julgado pelos ministros Se o grupo for inocente, a ação é arquivada. Se forem condenados, serão inseridas penas para cada um, de forma individual. Clique aqui para voltar ao início.
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