A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta segunda-feira (17) que está disposta a “resolver a diferença” e fechar um acordo “o mais rápido possível” entre os europeus e o Mercosul. A declaração ocorreu após um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Bruxelas, na Bélgica, onde ambos participaram da reunião de cúpula entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Segundo Von der Leyen, há uma intenção de “trabalhar de mãos dadas” com o Brasil para lidar com os grandes desafios atuais. “Queremos descobrir como conectar mais os nossos povos e as nossas empresas, como reduzir os riscos, fortalecer e diversificar mais as cadeias de abastecimento e modernizar as nossas economias de uma forma que reduza as desigualdades e beneficie a todos”, afirmou.
“Tudo isso é possível se conseguirmos concluir o acordo UE-Mercosul. A nossa ambição é resolver quaisquer diferenças que existam quanto antes, para conseguirmos concluir esse acordo. Queremos ser um parceiro que possa chegar a um acordo que dê benefícios a todos”, completou.
O presidente da comissão disse ainda que a União Europeia vai ampliar os investimentos na América Latina e no Caribe, com foco na geração de empregos e no crescimento econômico da região. “Vamos discutir com os parceiros comerciais esses investimentos e como alcançar os melhores resultados”, enfatizou.
Após a fala de Von der Leyen, Lula afirmou que o Brasil busca um “acordo equilibrado” entre os dois blocos médicos e disse que a proposta deve ser concluída ainda neste ano. “Queremos um acordo que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros”, afirmou o presidente.
O ocorrido, que foi iniciado em 1999, está atualmente em fase de revisão. No entanto, há entraves na questão ambiental e na área de compras governamentais. Recentemente, os europeus propuseram um documento adicional, chamado de carta lateralque responsabilizou em caso de descumprimento, mas só para o lado sul-americano.
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Os países da Europa também querem a garantia de que a intensificação do comércio entre os blocos não vá resultar no aumento da destruição ambiental no Brasil e nas demais nações do Mercosul — Argentina, Paraguai e Uruguai.
Em contrapartida, o lado brasileiro é a favor de que não haja distinção na aplicação de esperançosamente, ou seja, que ambos os lados sejam penalizados da mesma forma em caso de descumprimento.
Leia a íntegra do pronúncia de Ursula von der Leyen:
Caro presidente Lula, é um prazer para mim estar com o senhor. Eu estive em Brasília no mês passado e gostaria de agradecer pela sua participação na cúpula EU-Celac. A sua presença aqui tem uma dimensão histórica: é a primeira cúpula entre a União Europeia e nossos parceiros da América Latina e Caribe em oito anos.
O mundo, sem dúvida, mudou muito nessa época. Passamos por uma pandemia, temos uma grande guerra no território europeu e enfrentamos um desafio monumental: as mudanças climáticas. Por isso, precisamos dos nossos amigos próximos do nosso lado durante esta época tão incerta.
Por isso, eu dou boas-vindas e saúdo o ressurgimento do Brasil como um grande ator no cenário local. Estou vendo uma boa hora e já tenho um impacto positivo para uma parceria estratégica entre as duas regiões.
Queremos trabalhar de mãos dadas com você para lidar com os grandes desafios do nosso tempo e queremos descobrir como conectar mais os nossos povos e as nossas empresas, como reduzir riscos, fortalecer e diversificar mais as cadeias de abastecimento e modernizar as nossas economias de uma forma que reduza as desigualdades e beneficie a todos.
Tudo isso é possível se conseguirmos concluir o acordo UE-Mercosul. A nossa ambição é resolver quanto antes diferenças que existem para conseguir concluir esse acordo. Queremos ser um parceiro que possa chegar com vocês a um acordo que dê benefícios a todos.
Enquanto isso, tenho o prazer de anunciar que a UE vai investir muito na América Latina e no Caribe. Vamos investir de uma forma que beneficie as comunidades locais e crie bons empregos.
Daqui a alguns minutos, vamos abrir uma mesa-redonda empresarial e vamos discutir com os parceiros comerciais esses investimentos e como alcançar os melhores resultados.
Mais uma vez, seja bem-vindo a Bruxelas. É um prazer estar aqui com o senhor, senhor presidente.
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