A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira (20) o doleiro Alberto Youssef. A autoridade foi do juiz federal Eduardo Appio, que assumiu em fevereiro os processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, antigo posto do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Youssef foi preso em Itapoá, no litoral de Santa Catarina.
Na decisão, o magistrado afirmou que há uma representação aberta pela Receita Federal que demonstra que o ex-doleiro não devolveu todos os valores que recebeu ilicitamente e leva uma vida “privilegiada”, além de ter deixado de informar à Justiça Federal seu endereço atualizado.
“O relatório fiscal para fins penais da Receita Federal deixa evidenciado que o acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros. O simples fato de que possui diversos endereços e de que estaria morando na praia já evidencia uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal”, disse o juiz.
Appio afirmou ainda que o investigado foi articulador de diversas organizações criminosas ao longo dos últimos 20 anos, “tendo certo que a sua multirreincidência revela sua incompatibilidade com o regime de liberdade provisória”.
“A operação Lava Jato comprovada, com julgamento de total certeza, que Alberto Youssef, além de multirreincidente em crimes sanitários e de lavagem de dinheiro nos últimos vinte (20) anos, tornou-se o personagem central da atração que deu a reflexão de muitos milhões dos cofres públicos e das estatais”, afirmou o magistrado.
Prisão anterior
Youssef foi preso pela Lava Jato em março de 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) acusou-o de ser o principal operador de propinas no esquema de corrupção na Petrobras. O doleiro passou dois anos e oito meses na prisão. Deixou a cadeia em novembro de 2016.
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