Gonet afirma que não vê manipulação ou atos processuais desvirtuados contra petista. As condenações foram anuladas pelo ministro Gilmar Mendes na última semana. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, recorreu nesta terça-feira (5) à decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que anulou todos os atos processuais do ex-juiz Sergio Moro contra o ex-ministro José Dirceu no âmbito da operação Lava Jato. Gilmar Mendes anula todas as condenações de José Dirceu na Lava Jato e que foram assinadas por Sergio Moro No recurso, Gonet afirmou que “não houve atos processuais desvirtuados” contra Dirceu e nem vê que a investigação do petista tenha sido manipulada para atingir outra pessoa. “As investigações que visavam apurar o esquema de corrupção apenas chegaram ao requerente em seguida às revelações paulatinas de ilícitos anteriores praticados por outros agentes, o que debilita a tese de que a perseguição criminal contra o requerente tenha sido manipulada para atender ao propósito de assediar outrem” , diz Gonet. “Não houve, tampouco, com relação ao requerente, a lembrada sequência de atos processualmente desvirtuados, que foram praticados pelo magistrado contra o réu do feito apontado como paradigma”, completou o procurador-geral da República. Gonet pede que Gilmar Mendes reavalie a decisão ou leve o recurso para julgamento na Segunda Turma do Supremo. José Dirceu voltou ao Congresso após 19 anos e participou de uma sessão solene para celebrar a democracia brasileira Geraldo Magela/Agência Senado A decisão Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes atendeu a um pedido de defesa do ex-ministro petista e estendeu a Dirceu os efeitos da decisão do STF que Sergio Moro suspeito de atuar em processos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão ocorreu nos casos em que José Dirceu foi condenado a mais de 23 anos de prisão por crime como corrupção e lavagem de dinheiro em esquemas de corrupção na Petrobras. Dirceu poderá concorrer nas eleições de 2026? Entenda Para Mendes, há desculpas de que Moro atuou contra Dirceu para chegar a Lula. Na decisão, o ministro diz que os acusados detidos ao STF mostram que a mesma falta de isenção de Moro em relação a Lula “também impediu que José Dirceu tivesse direito a um julgamento justo e imparcial”. “Os elementos concretos […] demonstraram que uma confraria formada pelo ex-Juiz Sergio Moro e os Procuradores de Curitiba apresentou as declarações de Dirceu como objetivo a ser realizada para alicerce as denúncias que, em seguida, seriam feitas contra Luiz Inácio Lula da Silva”, diz Mendes na decisão Para o ministro, a anulação dos atos se justifica diante de “indicativos de que juiz e procuradores ajustaram estratégias contra esses réus, tendo a notificação de um deles como alicerce da denúncia apresentada contra o outro”.
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