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PF conclui que sírio naturalizado brasileiro tentava criar no Brasil célula terrorista ligada ao Hezbollah

Justiça Federal soltou dois brasileiros que estavam presos com base na investigação e converteu a prisão temporária de outros dois investigados em preventiva. Justiça diz que investigação da PF confirma existência de rede terrorista embrionária
A Polícia Federal concluiu que o sírio naturalizado brasileiro Mohamad Khir Abdulmajid tentou recrutar pelo menos cinco brasileiros para criar no Brasil uma célula terrorista ligada ao Hezbollah.
Mohamad tinha um mandado de prisão temporária em seu nome, mas a Justiça Federal o converteu em prisão preventiva. Ele é considerado foragido e está na divisão vermelha da Interpol.
O sírio, junto com o libanês Haissam Housin Diab, buscava brasileiros com antecedentes criminais para se juntarem ao grupo. Pelo menos cinco pessoas teriam sido recrutadas com o objetivo de promover ataques no país.
O inquérito da Polícia Federal sobre o caso usou informações do Departamento Federal de Investigação dos EUA (FBI) repassadas às autoridades brasileiras que indicava viagens suspeitas de Mohamad, Haissam e outros três brasileiros ao Líbano.
O memorando afirmava ainda que havia suspeita de que o planejamento de um possível ataque terrorista no Brasil e em países vizinhos estava em curso.
Mohamad Khir Abdulmajid
Reprodução
A partir dessas informações, a Polícia Federal instaurou um inquérito que obteve novos indícios da cooptação de brasileiros pelo Hezbollah para formação de uma rede destinada a atos terroristas.
Entre os recrutados, o brasileiro Lucas Passos Lima tinha um papel importante no planejamento de um possível ataque terrorista no Brasil.
Lucas foi recrutado pelo Hezbollah durante uma viagem ao Líbano custeado pelo próprio grupo terrorista.
A Polícia Federal verificou, a partir da análise dos dados telemáticos e do conteúdo do celular dele, que o brasileiro teria realizado tarefas de reconhecimento em locais para possíveis ataques contra a comunidade judaica no Brasil.
Lucas também treinava tiro com armas de fogo e adquiriu dispositivos de espionagem e vigilância.
Nesta semana, a Justiça Federal converteu a prisão preventiva de Lucas e de Mohamad em prisão temporária. Isso porque há indícios suficientes de que ambos representam risco à sociedade e que, se soltos, continuariam exercendo influência para expandir a célula terrorista e planejando ataques.
Lucas foi preso no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando voltava do Líbano.
De acordo com fontes de inteligência no Oriente Médio, Mohamad estaria no Líbano. O sírio teria deixado o Brasil em 18 de outubro.
Outros dois brasileiros, Jean Carlos de Souza e Michael Messias, que estavam presos por causa do mesmo inquérito, foram soltos por decisão da Justiça Federal.
Eles teriam colaborado com a investigação e, segundo a Justiça, não ofereciam risco à sociedade.
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