O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, condenou nesta terça-feira (18) as invasões de terras produtivas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele alegou que “há outras formas de lutar” pela reforma agrária ao se referir ao ato em um terreno da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina (PE).
“Condeno veementemente qualquer ato que danifique processos produtivos, em áreas produtivas. Temos outros instrumentos melhores e mais efetivos para as bandeiras que podem ser atendidas para a conquista desse interesse”, afirmou o ministro após reunião com lideranças do governo.
Padilha contestou, no entanto, que as recentes invasões promovidas pelo MST, que intensificaram os atos durante o Abril Vermelho, interfiram nas relações do governo com os congressistas. “O que é prioritário para o governo é aprovação do marco fiscal, da reforma tributária e do conteúdo das 12 medidas provisórias. Não vejo qualquer tipo de interferência quanto a essas pautas. O que tenho visto é um ambiente positivo”, disse.
O Abril Vermelho é uma marcha que ocorre ocasionalmente na lembrança do Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 1996, no Pará. À época, 21 membros do MST morreram em confronto com a Polícia Militar do estado.
De acordo com o coordenador nacional do movimento, Alexandre Conceição, o movimento estima que, neste ano, cerca de 90 mil famílias acampadas em assentamentos pelo Brasil se mobilizam para fazer ocupações durante o mês de abril e maio.
Apenas em abril deste ano, foram ao menos 11 locais invadidos. Entre os alvos das ações dos militantes em diversos estados estão fazendas, áreas públicas e prédios da Embrapa e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Sessão do Congresso
Após o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiar a sessão do Congresso que ocorreria nesta terça-feira, Padilha também apresentou que essa foi uma demanda do governo. A justificativa, segundo ele, foi a de que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não votou projetos importantes e que seria tema da sessão, como o piso salarial dos enfermeiros.
“O bom senso prevaleceu. Vamos trabalhar para que a CMO possa se reunir e tratar os temas da forma mais rápida possível. Os líderes do governo vão continuar dialogando com parlamentares”, afirmou Padilha, completando que a proposta de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) sobre o 8 de Janeiro será combatida pela base.
A oposição chegou a fazer um ato no gabinete de Pacheco para exigir a abertura da sessão. Esses parlamentares querem a abertura da CPMI com foco na apuração de uma omissão do governo federal para impedir as invasões às sedes dos Três Poderes.
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