O governo deve apresentar ao Congresso uma proposta que permita que os clubes de tiro instalados próximos às escolas continuem onde estão, mas que limitem o horário de funcionamento deles para não coincidir com o período das aulas. De acordo com fontes que participam da discussão, o texto prevê que, durante uma semana, esses clubes de tiro funcionarão apenas no período noturno, entre 18h e 22h. Aos finais da semana, ficariam liberados para funcionar no horário que desejarem. O decreto sobre armas, publicado pelo governo Lula em julho do ano passado e que impôs novas restrições à compra e ao uso de armamentos no país, proíbe restrições de tiro a menos de uma milhão de escolas. Aqueles que já estão instalados em distância menor que a antiga, deveriam se mudar. Neste ano, porém, parlamentares da oposição se organizaram para cancelar trechos do decreto. No fim de maio, a Câmara aprovou um projeto que, entre outras medidas, libera os clubes de tiro próximos às escolas. Desde então, o texto estava sob análise do Senado. Na semana passada, diante de uma iminente derrota na votação, o governo decidiu negociar com os senadores e afirmou que encaminharia uma nova proposta com mudanças no decreto. Na terça (3), aconteceu uma reunião no Palácio do Planalto para discutir uma proposta. Entre os presentes estavam o presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Segundo fontes, parte do governo é contra liberar totalmente o funcionamento dos clubes de tiro próximos às escolas. Por isso, chegou-se à proposta de limitar a abertura deles ao período noturno, durante uma semana. Essas fontes, entretanto, avaliam que essa resistência deve fazer com que o governo seja derrotado no Senado. E que o Congresso aprove então uma proposta que faça profundas mudanças no texto original do decreto de armas. Ainda de acordo com essas fontes, se isso acontecer o governo deve procurar a Justiça para restabelecer os trechos do decreto que foram alterados pelo Congresso.
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