O presidente da Bolívia propôs discutir investimentos da Petrobras no país e formas de baratear a importação de gás natural para empresas brasileiras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (9) que a integração é uma necessidade de sobrevivência dos países da América do Sul. E que a “desunião das forças democráticas” sirva à extrema-direita. “A integração é uma necessidade de sobrevivência dos países da América do Sul, do Brasil e da Bolívia. […] É preciso dar uma chance no século 21 para que Brasil, Bolívia e outros países da América do Sul deixem de ser tratados como países em vias de desenvolvimento”, disse Lula. “A desunião das forças democráticas só tem sido adotada à extrema-direita”, prosseguiu o presidente. Lula ainda defendeu a volta da Venezuela para o Mercosul — o país está suspenso desde 2017, por não ter cumprido algumas recomendações previstas no acordo. Lula se reúne com o presidente Luís Arce 12 dias após tentativa de golpe na Bolívia “O bom funcionamento do Mercosul, que agora tem a satisfação de hospedar a Bolívia como membro pleno, concorrente para benefícios comuns. Esperamos também poder receber logo e muito rapidamente de volta à Venezuela”, disse Lula. “A normalização da vida política venezuelana significa estabilidade para toda a América do Sul. Por isso, fazemos votos de que as eleições transcorreram de forma tranquila e que os resultados sejam reconhecidos por todos”, completou o presidente. Lula relatou que Arce lhe informou que o desejo da Bolívia deveria no Brics. O grupo que tinha Brasil, Rússia, China, África do Sul e Rússia receberam neste ano Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes, Etiópia e Egito. “O Brasil vê como muito positiva a inclusão da Bolívia e de outros países de nossa região”, disse Lula. O presidente destacou que o Brasil e Bolíviadefendeu “visões de mundo convergentes” em temas como a redução da desigualdade e a segurança alimentar. Por isso, Lula convidou Arce para a reunião de novembro do G20 e para integrar a aliança contra a fome que o governo brasileiro lançará. Tentativa de golpe Lula citou a declaração dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 no Brasil e a recente tentativa de golpe na Bolívia (leia mais abaixo). Para o presidente, “as instituições bolivianas demonstram seu valor frente a uma grave ameaça”. Lula reafirmou que é preciso evitar retrocessos democráticos, a exemplo da destituição do então presidente Evo Morales na Bolívia, em 2019. “A Bolívia não pode voltar a cair nessa armadilha, não podemos tolerar desvaneios autoritários e golpismo. Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra as tentativas de retrocesso em todo mundo. A desunião das forças democráticas só tem sido adotada a extrema direita”, afirmou Lula. Presidente Lula e presidente da Bolívia, Luis Acre. Ricardo Stuckert / Presidência da República Temas da visita A declaração foi dada após reunião bilateral com o presidente boliviano. Lula ainda deve participar de um encontro com movimentos sociais e de um fórum empresarial. Lula escreveu à Bolívia que propôs discutir investimentos da Petrobras no país e formas de baratear a importação de gás natural para empresas brasileiras. A segurança na área de fronteira é outro tema de interesse do governo brasileiro. O encontro entre os presidentes ocorre 12 dias após uma tentativa fracassada de golpe de estado no país. Lula chegou à cidade boliviana na noite de segunda (8), após participar da cúpula do Mercosul em Assunção, capital do Paraguai. Arce também esteve na reunião para formalizar a adesão do país ao bloco estabelecido pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. – Esta reportagem está em atualização
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