Francisco Wanderley, de 59 anos, morreu na Praça dos Três Poderes após uma sequência de explosões. O corpo só foi retirado na manhã desta quinta. 'Não é um fato isolado do contexto', diz Alexandre de Moraes sobre explosões no centro de Brasília O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta quinta-feira (14) que as explosões registradas na área central de Brasília, na véspera, são resultado do ódio político que se instalou no país nos últimos anos – e não um “fato isolado do contexto”. Moraes também defendeu que a pacificação nacional é necessária, mas não será feita com anistia (perdão) aos crimes (leia mais abaixo). Judiciário continua com estemor, diz Cármen Lúcia “Não podemos ignorar o que aconteceu ontem. E o Ministério Público é uma instituição muito importante, vem fazendo um trabalho muito importante no combate a esse extremismo que lamentavelmente nasceu e cresceu no Brasil nos tempos atuais. Nós precisamos continuar combatendo isso”, afirmou ao abrir uma aula magna no Conselho Nacional do Ministério Público. “O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. […] Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio iniciou um destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”, afirmou. Moares: 'Não existe possibilidade de pacificação com anistia a crimes' “Isso foi se avolumando sob o manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão . Ofender, ameaçar, coagir, em nenhum lugar do mundo, isso é liberdade de expressão. Isso é crime”. E no dia 8 de janeiro, o que ocorreu, o que vem sendo investigado e denunciado […] O STF já condenou mais de 250 pessoas pelos crimes mais graves”, citou Moraes. Segundo o ministro, a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal devem assumir as investigações – que, inicialmente, ficaram a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal. Por já relatar Nos inquéritos conduzidos aos atos antidemocráticos, incluindo os relacionados aos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023, Moraes pode ser nomeado relator do caso É a chamada “prevenção”, que concentra casos semelhantes nas mãos de um mesmo juiz. A decisão sobre essa distribuição, no entanto, caberá ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso. Explosões em Brasília: vídeo mostra ação do homem em frente ao STF Pacificação sem anistia, defende Moraes No discurso, Moraes afirmou que a pacificação do país é necessidade – mas rejeitou a tese, defendida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, de dar “anistia” a criminosos e golpistas Em nota, o ex-presidente Bolsonaro diz lamentar explosões em frente ao STF e pede. 'pacificação nacional' “Ontem é uma demonstração de que só é possível essa necessidade de pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe a possibilidade de pacificação com anistia a crimes”, disse. “Nós sabemos, e vocês do Ministério Público sabem, que o crime anistiado é o criminoso impune. E a impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem. As pessoas acham que podem vir até Brasília, tente entrar no STF para destruir o STF. Porque foram instigadas por muitas pessoas, lamentavelmente várias com altas cargas na República.” “Não podemos compactuar com a impunidade de ninguém que atente contra a democracia, contra os poderes do Estado, contra as instituições. Todos nós, independentemente do posicionamento político e ideológico, temos que nos unir sempre na defesa da democracia”, finalizou Moraes.
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