Ministro das Comunicações foi indiciado pela PF por suspeita de corrupção e organização criminosa. Presidente disse que conversará com Juscelino Filho nesta quinta-feira (13). O presidente Lula desembarcou em Genebra na manhã desta quinta-feira (13) Felipe Byington/TV Globo O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (13) que ainda vai tomar uma decisão em relação ao ministro das Comunicações , Juscelino Filho — indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de corrupção e organização criminosa. Juscelino Filho é suspeito de desviar emendas parlamentares ainda quando era deputado federal, segundo a PF. Ele nega que tenha cometido irregularidades. Veja detalhes mais abaixo. Lula está em Genebra, na Suíça, onde participará de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de uma celebração dos 35 anos do livro “O Alquimista”, do escritor Paulo Coelho. O presidente conversou com jornalistas ao chegar ao hotel onde está hospedado. Quando questionado sobre o indiciamento de Juscelino Filho, Lula disse que o ministro tem o “direito de provar que é inocente”. “Eu acho que o fato de o cara estar indiciado não significa que ele cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e a acusação foi aceita. Agora, é preciso que as pessoas provem que são inocentes”, afirmou. Lula disse que ainda conversará com o ministro nesta quinta-feira antes de tomar uma decisão. O relatório da PF com o indiciamento de Juscelino foi enviado na terça-feira (11) ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso, que está sob sigilo, é o ministro Flávio Dino. Prefeita de cidade no Maranhão usou emenda para beneficiário fazenda da família A investigação PF indicia ministro das comunicações por corrupção e organização criminosa Segundo a PF, Juscelino Filho é suspeito de participar de um esquema de desvio de emendas parlamentares – quando era deputado federal – para a cidade de Vitorino Freire, no interior do Maranhão. A prefeita do município é Luanna Rezende, que é irmã de Juscelino Filho. O pai dele, Juscelino Rezende, também foi prefeito de Vitorino Freire por duas vezes. Segundo revelou o jornal “O Globo”, o dinheiro teria sido enviado por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para a pavimentação de ruas. A empresa pública se tornou a menina dos olhos dos parlamentares para a indicação de verbas do orçamento secreto. Ainda segundo o jornal, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 80% da estrada que foi custeada com a emenda beneficia propriedades de Juscelino e de seus familiares na região. A obra de Vitorino Freire foi realizada pela empresa Construservice, que tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa. O relatório da PF, segundo “O Globo”, aponta que Juscelino integraria uma “organização criminosa” com esse empresário. Em março de 2023, o ministro se envolveu em outra polêmica, e foi acusado de usar dinheiro público para realizar viagens pessoais. O que diz o ministro Leia a íntegra da nota divulgada por Juscelino Filho: “A investigação, que deveria ser um instrumento para descobrir a verdade, parece ter se desviado de seu propósito original. Em vez disso, concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos. claro que não há nada, absolutamente nada, que envolve minha atuação no Ministério das Comunicações, pautada sempre pela transparência, pela ética e defesa do interesse público Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. . A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes. Durante meu depoimento, o delegado responsável não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação. Além disso, o encerramento abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou aprofundamento. Isso suscita dúvidas sobre sua autorização, repetindo um modo operante que já vimos na Operação Lava-Jata e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes. É importante lembrar que o indiciamento não implica culpa. A Justiça é a única instância competente para julgar e confiar plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados.” VÍDEOS: mais assistidos do g1
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