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Lula defende presidente do BC que 'olhe um pouco este país do jeito que ele é, e não do que jeito que o sistema financeiro fala'

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Para o presidente, a taxa de juros tem sido mantida em patamares altos e prejudicada pelo crescimento do país. Após as falas de Lula, o dólar subiu para R$ 5,65, maior valor frente ao real em dois anos e meio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda-feira (1º) novas críticas ao Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Netto. Lula afirmou que, quando escolher o novo presidente do BC, buscará alguém que “olhe para o país do jeito que ele é”, e não “do jeito que o sistema financeiro fala. Na entrevista desta segunda, Lula voltou a dizer que a taxa básica de juros — a taxa Selic — deveria estar mais baixa e que o atual modelo de autonomia da instituição é “equivocado”. Lula tem feito reiteradas críticas ao BC e ao presidente do banco, Roberto Campos Netto. O argumento do presidente é que o BC está mantendo a Selic em patamares altos — atualmente 10,5% ao ano — sem necessidade. E que isso prejudica o crescimento do país, uma vez que fica mais caro captar dinheiro no sistema financeiro. Por outro lado, o BC diz que o governo não cumpre a contento sua função de controlar os gastos públicos. Com isso, o risco de inflação persiste, o que exige juros mais altos. “O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando juros com aquilo que é o desejo da nação. Não precisamos de ter políticas de juros altos neste momento, não precisamos. A taxa Selic em 10,50% está exagerada. A inflação é controlada. Acabamos de prescrever a manutenção da média [da inflação] em 3% ao ano. Ou seja, a responsabilidade é algo que a gente preza muito”, afirmou Lula em entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana, na Bahia. Após a entrevista do presidente, a cotação do dólar passou a subir e atingiu o maior valor em 2 anos e meio, custando R$ 5,65. Lula também voltou a se queixar do modelo de autonomia do BC, aprovado em 2021. A lei de autonomia do Banco Central, aprovada na gestão Bolsonaro, determina mandatos de quatro anos para os presidentes da instituição. O mandato de Campos Neto se encerrará no final de 2024. Lula indicará um novo nome, que terá de ser aprovado pelo Senado. “Correto é que entre um presidente e indique o presidente do Banco Central. Não dá para o cidadão [Campos Neto] ter mandato e ser mais importante do que o presidente da República. Isso é equivocado”, disse Lula.

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