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Investigado usava 'grupo dos malucos' para difundir informações falsas sobre ministro do STF, diz PF

Investigado usava 'grupo dos malucos' para difundir informações falsas sobre ministro do STF, diz PF

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De acordo com a PF, os servidores em exercício da Abin controlavam perfis e grupos utilizados para divulgar “desinformação para atacar adversários e instituições”. 'Abin paralela': Investigações apontam que delegado usou grupo para compartilhar informações falsas A investigação da Polícia Federal sobre o uso de sistemas ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar autoridades e desinformados políticos no governo Jair Bolsonaro aponta que um dos investigados criou um grupo denominado “grupo dos malucos” para divulgar informações falsas ligadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares. A Polícia Federal diz que foram interceptados diversos diálogos entre o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues indicando possíveis ações clandestinas contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, “com o escopo de questionar a credibilidade do sistema eleitoral”, diz a decisão. “A divulgação de informações falsas diretamente vinculadas ao Ministro da Suprema Corte e seus familiares era intencionalmente divulgada no grupo nomeado pelo próprio APF (agente da Polícia Federal) Bormevet como “grupo dos malucos” destacando a plena ciência dos interlocutores da desarrazoada desinformação produzida”, diz o documento. De acordo com a PF, os servidores em exercício da Abin controlavam perfis e grupos utilizados para divulgar “desinformação para atacar adversários e instituições”. A Polícia Federal, no entanto, não detalhou em quais plataformas esses grupos foram criados. Polícia Federal diz que investigados se comunicaram pelo “grupo dos malucos” Reprodução A dupla Bormevet e Giancarlo também diferencia membros do legislativo, aponta a Polícia Federal, atingindo inclusive o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), um aliado do ex-presidente da República. Em um dos diálogos, o alvo é o deputado Kim Kataguiri (União Brasil). As ações miraram os assessores do parlamentar, com a divulgação de informações produzidas pela estrutura paralela. “Joga essa porra no grupo. Servidor de gabinete do Deputado Kim Kataguiri advoga em causas particulares, sendo pago com dinheiro público”, falou Bormevet em um dos grupos. Sobre essa ação paralela da Abin, a Procuradoria-Geral da República destacou: “O somatório dos elementos informativos colhidos até o momento permitiu a identificação de inúmeras outras ações clandestinas que contaram com a participação de ao menos um dos dois agentes (Giancarlo e Bormevet) ou de ambos, em completo desvio da finalidade institucional da Abin”. Sessão no plenário do STF Reprodução LEIA TAMBÉM: DANIELA LIMA: Espionagem da Abin atingiu Arthur Lira e Renan Calheiros, diz PF VALDO CRUZ: PF aponta ligação da Abin com gabinete do ódio no governo Bolsonaro Operação da Polícia Federal Bormevet e Giancarlo são alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão em nova fase da Operação Última Milha, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (11). De acordo com as investigações, o grupo investigado utilizou sistemas de GPS para rastreamento celular sem autorização judicial. Segundo a PF, nesta fase, os policiais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Alvos dos mandados de prisão e de busca e apreensão: Mateus de Carvalho Sposito; Richards Dyer Pozzer (em espanhol) Rogério Beraldo de Almeida; Marcelo Araújo Bormevet; Giancarlo Gomes Rodrigues. Há ainda buscas contra outros dois investigados: José Matheus Sales Gomes; Daniel Ribeiro Lemos. À medida que as investigações da Polícia Federal foram monitoradas, no esquema que ficou conhecido como Abin paralelamente, foram monitoradas as seguintes autoridades, servidores e jornalistas: Poder Judiciário: ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux Poder Legislativo: o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e os ex-deputados Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara, e Joice Hasselmann. E os senadores: Alessandro Vieira (MDB-SE), Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que integraram a CPI da Covid no Senado. Poder executivo: João Doria, ex-governador de São Paulo; os servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; os auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto. Jornalistas: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.

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