A AGU fará interpelação extrajudicial à gigante da tecnologia, que terá 72 horas para informar o Brasil sobre quais mudanças promoverá no Brasil. O ministro Rui Costa, da Casa Civil, afirmou nesta sexta-feira (10) que o governo brasileiro vai cobrar explicações da Meta sobre mudanças, no Brasil, na política de moderação nas suas plataformas, como o Instagram e o Facebook. Segundo Rui Costa, a Advocacia-Geral da União (AGU) faz uma “interpelação” extrajudicial à gigante da tecnologia. Jorge Messias, ministro da AGU, disse que, nessa solicitação, o governo brasileiro vai perguntar como a empresa vai proteger crianças, adolescentes, mulheres e comerciantes com as mudanças que anunciaram. Segundo Messias, pela falta de “transparência”, a empresa terá 72 horas para informar o Brasil sobre qual política de tratamento de conteúdos postados nas plataformas será imposta para o país. A Meta, do Instagram e do Facebook, anunciou na terça-feira (7) que está encerrando o seu programa de verificação de fatos, começando pelos Estados Unidos. A empresa vai adotar as “notas de comunidade”, em que os próprios usuários fazem correções — um recurso semelhante ao implementação por X, de Elon Musk (entenda mais no vídeo abaixo). Meta elimina checagem de fatos Meta, dona do Instagram e do Facebook, anuncia fim do sistema de verificação de fatos nos EUA Reprodução/TV Globo Mudanças no Instagram e Facebook O anúncio foi feito pelo próprio presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, que afirmou que os verificadores “têm sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais a confiança do que realizou”. E comprou que, com o fim da verificação por terceiros, “menos coisas ruínas serão percebidas” pela plataforma. “Mas também vai cair a quantidade de postagens e contas de pessoas inocentes que, acidentalmente, derrubamos.” Em vídeo no Instagram, Zuckerberg também disse que a empresa vai trabalhar com Donald Trump, que assume a presidência dos Estados Unidos no próximo dia 20. As principais mudanças anunciadas pela Meta são: a Meta deixa de ter os parceiros de verificação de fatos (” factchecking”, em inglês) que auxiliam na moderação de mensagens, além da equipe interna dedicada a essa função; em vez de obter qualquer violação à política do Instagram e do Facebook, os filtros de verificação passarão a focar em combate especificamente legal e de alta gravidade. para casos de menor gravidade, as plataformas dependerão de denúncias feitas por usuários, antes de qualquer ação ser tomada pela empresa; em casos de conteúdos considerados de “menor gravidade”, os próprios usuários poderão adicionar comentários às postagens, como complemento ao conteúdo, de forma semelhante às “notas da comunidade” do X; Instagram e Facebook voltarão a recomendar mais conteúdo de política; A equipe de “confiança, segurança e moderação de conteúdo” deixará a Califórnia, e a revisão dos conteúdos postados nos EUA será centralizada no Texas (EUA).