O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e
Segurança Pública, disse na manhã desta segunda (20) que os mais de 1,1 mil
agentes da Força Nacional podem ficar mais tempo no Rio Grande do Sul do que o
previsto inicialmente, até o dia 16 de junho.
A afirmação foi dada durante um evento em que
ele foi questionado sobre a atuação dos agentes neste momento em que o pico das
enchentes já passou e que as cidades começaram a fase de limpeza, avaliação e
retomada da rotina.
Lewandowski afirmou que os agentes seguem no
estado reforçando o policiamento ostensivo, além de já terem atuado nas buscas
e salvamentos. Mas, se o governo precisar de mais tempo, terá de justificar o
pedido.
“Se, ao cabo dos 30 dias, o governador ou quem for autoridade local responsável pela requisição da Força Nacional, ela terá que demonstrar que ela é necessária porque as forças locais talvez não estejam dando conta de enfrentar esse grande problema, essa grande catástrofe que lá ocorre, e que é preciso de reforços federais”, disse ao participar de uma reunião com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A atuação da Força Nacional duraria apenas até
meados de maio, mas foi prorrogada até junho na última sexta (17).
Desde que as fortes chuvas atingiram o estado e
provocaram as enchentes que já vitimaram 157 pessoas, as forças de segurança
prenderam pelo menos 130 pessoas por crimes tanto nas cidades como nos abrigos.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que 48 foram detidos por
crimes patrimoniais e 49 em abrigos – no entanto, os crimes não foram
detalhados.
Segundo a Brigada Militar (BM), o equivalente à
Polícia Militar, os crimes patrimoniais ocorreram principalmente no pico das
enchentes, no momento em que muitas cidades estavam alagadas e isoladas, o que
dificultou o acesso rápido das autoridades.
A tragédia climática no Rio Grande do Sul atingiu
463 municípios e afetou mais de 2,3 milhões de pessoas de acordo com o boletim
mais recente da Defesa Civil estadual, divulgado no começo da tarde desta
segunda (20).
O boletim aponta que, além das 157 vítimas fatais, outras 806 pessoas ficaram feridas e ainda há 88 desaparecidos. Ao todo, o Rio Grande do Sul tem 76,1 mil pessoas abrigadas em abrigos públicos e 581,6 mil nas casas de amigos ou parentes.
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