Quatro dias após receber lista, Cid retirou do acervo o kit que, segundo a PF, foi vendido nos Estados Unidos. Itens foram recomprados após TCU definir custódia da Caixa. Joias e Rolex de Bolsonaro
Reprodução
Um ajudante de ordens de Jair Bolsonaro pediu e recebeu, em 2 de junho do ano passado, a lista dos relógios recebidos pela presidência de República como presente até aquele ponto do mandato.
A lista chegou dias antes da viagem para os Estados Unidos na qual o ex-ajudante Mauro Barbosa Cid vendeu um desses relógios.
O documento consta dos e-mails encaminhados à CPI dos Atos Golpistas e estava na caixa de entrada de Cleiton Holzschuk, um dos subordinados diretos de Cid. A mensagem foi enviada para uma secretária da Ajudância de Ordens, e reencaminhada diretamente para Holzschuk.
O documento foi enviado originalmente pelo chefe do Serviço de Documentação Museológica do Gabinete Adjunto de Documentação História, órgão responsável pela gestão do acervo presidencial.
O e-mail diz que ia em anexo “a lista de relógios do acervo privado do Presidente da República Jair Bolsonaro, discriminados por fabricante conforme solicitado.”
O arquivo traz 37 itens, discriminados pelo código de cadastro e fabricante. Entre eles estava um rolex que integrava um kit dado de presente a Bolsonaro, na figura de presidente da República, durante viagem oficial à Arábia Saudita.
Organograma da PF mostra envolvidos em negociação de joias nos EUA
Retirada do kit
O kit foi retirado do acervo por ordem de Cid quatro dias após o envio da lista, segundo mensagem presentes nos e-mails de outro subordinado de Cid, Osmar Crivelatti, que também foi alvo da operação de hoje.
Crivellati era um dos coordenadores do departamento e seguiu como assessor do ex-presidente Bolsonaro após ele deixar o cargo.
O e-mail “Presente entregue PR” diz trazer em anexo “a documentação de conferência de Presentes retirados da guarda da GADH e entregues ao AJO (TC CID), no dia 06/06/2022”.
O anexo, chamado “Kit Rolex” traz os detalhes do kit presenteado em 2019 na Arábia Saudita e eventualmente vendido por Cid, segundo a PF, nos Estados Unidos.
Deixe o Seu Comentário