André Luiz Azevedo dos Santos e funcionários da embaixada na Síria foram para o Líbano após tensão aumentar na região. Bashar al-Assad deixou o poder após os rebeldes tomarem o controle do país. O Ministério das Relações Exteriores informou nesta segunda-feira (9) à GloboNews que o embaixador brasileiro na Síria, André Luiz Azevedo da Silva, retornará a Damasco quando a situação no país ficar mais segura. A tensão no país aumentou nas últimas semanas e se agravou no fim de semana após grupos rebeldes tomarem o controle de Damasco. O ditador Bashar al-Assad, que estava no poder há mais de 20 anos, obteve refúgio na Rússia. Nesse cenário, e diante do relato de que embaixadas passaram a ser atacadas na Síria, o governo brasileiro decidiu retirar o corpo diplomático de Damasco. O grupo se deslocou por transporte terrestre em direção ao Líbano, país vizinho, e a informação é de que já cruzou a fronteira. A orientação do Ministério das Relações Exteriores é que o grupo aguarde no país vizinho que a situação na Síria se estabilize e seja garantida a segurança dos funcionários. “Várias embaixadas em processo de evacuação até a situação de segurança se estabilizar, inclusive a nossa. Houve alguns incidentes envolvendo embaixadas no final de semana, a nossa não foi afetada, mas a situação das ruas ainda é preocupante“, afirmou à GloboNews de forma reservada um diplomata a par da operação de retirada de funcionários da embaixada em Damasco. Por agora, o governo não considera o encerramento da embaixada em Damasco. Enquanto o corpo diplomático estiver no Líbano, a representação brasileira poderá ser encaminhada por um funcionário administrativo, por exemplo. “Assim que o governo transitório assumir a responsabilidade pela situação na Síria e a ordem e a segurança for restabelecidas em Damasco, o embaixador André Luiz Azevedo dos Santos deverá devolver o Líbano para a capital síria”, informou o Ministério das Relações Exteriores. Repatriação O Itamaraty divulgou um alerta consular com orientações aos cerca de 3,5 mil brasileiros que vivem atualmente na Síria – país que enfrenta uma escalada de escalada desde o fim da semana. O documento inclui uma orientação para que os brasileiros específicos em deixar o país fazer uma viagem por meios próprios. Ou seja, sem aguardar medidas do Itamaraty. Diplomatas ouvidos pela GloboNews afirmaram que, neste momento, o governador Luiz Inácio Lula da Silva ainda não prepara uma ação de repatriação desses cidadãos brasileiros na Síria. Segundo eles, ainda “não houve demanda expressiva, até o momento”, para justificar o envio de um voo da Força Aérea Brasileira, por exemplo – como aconteceu no ano passado em Israel e na Palestina e, mais recentemente, no Líbano. Mesmo assim, diplomatas afirmam que a medida não pode ser descartada neste momento – porque a demanda pode mudar.
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