Em agosto, Lula se queixou da demora da agência em aprovar medicamentos e recebeu resposta dura do diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres. Nesta quarta, ele voltou a citar o aumento da equipe. Anvisa proibiu circulação de remédio com melatonina para ajudar crianças a dormir no Brasil Getty Images via BBC O diretor-presidente da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, apresentou uma citação sobre as dificuldades que o reguladora enfrenta por conta da falta de servidores , durante reunião da diretoria colegiada do Órgão nesta quarta-feira (4). Esse foi o primeiro encontro da cúpula da agência após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer uma cobrança pública à Anvisa por mais ceridade na liberação do registro de remédios no território brasileiro, uma atribuição do órgão (relembre mais abaixo). Na ocasião, Barra Torres foi pública e deu uma dura resposta, defendendo a agência. Segundo ele, tais declarações defendem a Anvisa tanto internamente quanto no cenário internacional. No encontro, o diretor lembrou que apesar de ter alertado o governo federal sobre os impactos que a equipe gera no trabalho da agência, a Anvisa tem continuado a fazer um bom trabalho. “E essa é uma característica da agência. A agência pontua a falta que tem de pessoal, mas nem por isso a gente se descompromissa das missões que temos. A gente não tira de nossos ombros e nem propõe que se tire — já que nós não pensamos, mas pensamos que fosse tirado de nossos ombros — qualquer tipo de responsabilidade é uma característica do servidor da agência e acaba influenciando a diretoria colegiada nesse sentido”, afirmou. Anvisa reage à cobrança de Lula: “número insuficiente de servidores” Barra Torres comentou que, nos últimos anos, “infelizmente”, a Anvisa teve perdas de pessoal e que há uma “dificuldade tremenda” por conta da falta de servidores. A fala dele foi dada depois que a diretora Meiruze Freitas destacou a importância de uma discussão sobre o regulamento e aprimoramento do sistema de fiscalização do órgão. No entanto, ela citou que a “equipe pequena” e a “necessidade de recursos humanos” são fundamentais para conseguir realizar o debate sobre o assunto. Críticas do presidente Em 23 de agosto, o presidente Lula se queixou de uma suposta demora da Anvisa em analisar e liberar novos medicamentos. Durante a apresentação de uma fábrica da farmacêutica EMS em Hortolândia (SP), Lula se queixou publicamente, revelando que a agência deveria ser mais rápida para, segundo ele, atender melhor os interesses do país. “Quando algum companheiro da Anvisa percebeu que algum parente dele morreu porque um remédio que poderia ser produzido aqui não foi porque eles não permitiram, aí a gente vai conseguir que ela seja mais rápida e atenda melhor os interesses do nosso país”, afirmou Lula. Barra Torres fez questão de defender a agência. “Ao nos qualificar de pessoas que precisam da dor da morte de entes queridos para fazer o próprio trabalho, equivoca-se o orador e coloca a população contra a Anvisa, que sempre a defendeu”, disse. Ele ainda afirmou que o governo já foi avisado de que a Anvisa perdeu profissionais nos últimos anos.
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