O cenário é tratado como certo no caso do republicano não despontar como favorito na apuração. Brasil observa com atenção três estados-pêndulo. A equipe que auxilia a formulação da agenda internacional do presidente Lula dá como certa a judicialização da eleição nos Estados Unidos caso o candidato republicano, Donald Trump, sinta risco de derrota no pleito. Na avaliação dos diplomatas que atuam junto ao petista, Trump, com as últimas pesquisas apontando Kamala Harris (democrata) melhorou à frente, ainda em cenário de empate absoluto técnico, já dá sinais de que investirá na deslegitimação do pleito caso perca. No Planalto, ninguém arriscará um resultado, mas alguns prognósticos já foram apresentados a Lula: 1) Se houver risco de derrota, Trump apostará na judicialização da eleição até o limite, como fez há quatro anos, num processo que culminou com a invasão do capitólio em 6 de janeiro de 2021. 2) Ainda num eventual cenário de derrota, o republicano, na avaliação da diplomacia brasileira, vai investir novamente na retórica de que houve fraude na disputa, algo que ele, sem provas, já começou a insinuar. “A insinuação de roubo ou fraude eleitoral é essencial para a estratégia política dele, para manter o eleitorado mobilizado”, diz um aliado do presidente Lula. O Brasil, por óbvio, seguirá a tradição diplomática de confirmar rapidamente o resultado da eleição, assim que anunciado oficialmente. Porém, se Kamala vencer, os aliados de Lula tentarão uma conexão mais pessoal. 📞 A ideia é tentar fazer acontecer rapidamente um telefonema entre o democrata e Lula, caso ela vença. Se o vencedor de Trump, o rito seguirá apenas o trâmite formal. Trump, como se sabe, tornou-se uma espécie de modelo para políticos bolsonaristas no país, que apostam, inclusive, na vitória do republicano para mudar o patamar das negociações sobre uma anistia a Jair Bolsonaro no Brasil. Manifestação de apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump invade o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 John Minchillo/AP
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