Depois do desgaste e da pressão da sociedade, aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defenderão que o projeto que equipara o aborto ao crime de homicídio saia da pauta da Casa e o foco passe a ser uma regulamentação da reforma tributária. Um amigo de Lira lembra que foi alertado que o tema provocaria polêmica e desgaste para a Casa, mas decidiu cumprir o acordo com a bancada evangélica e colocar a exigência de urgência do projeto na votação. A decisão deve ser acertada na reunião de líderes desta terça-feira (18), quando o presidente da Câmara dos Deputados deve pedir um esforço para tentar votar o principal projeto de regulamento da reforma tributária aprovado antes do recesso parlamentar. Valdo Cruz: Câmara vai discutir Reforma Tributária para esfriar debate sobre aborto O prazo é curto, já que, na próxima semana, a Câmara estará vazia por causa das Festas Juninas no Nordeste. Os deputados vão ter até 20 de julho para votar uma proposta. O segundo projeto, que se trata do comitê gestor da distribuição dos recursos do novo sistema tributário, ainda não foi enviado pelo governo Lula, apesar da promessa de que ele seria enviado na semana retrasada. Com isso, esse segundo tema deve ficar para depois das eleições legislativas. Aliados de Arthur Lira alertaram que a Câmara dos Deputados virou alvo de críticas e perdeu o discurso de que prioriza os projetos de interesse do país, como a agenda econômica. O principal projeto dessa agenda neste ano é a regulamentação da reforma tributária, que pouco caminhou até agora dentro da Casa. Em vez disso, acabaram equipamentos em temas como aborto e delação premiada, projetos que atendem grupos de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
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