Polícia Federal apura envolvimentos de Jair Bolsonaro em plano denunciado pelo senador Marcos do Val sobre tentativa de eleição anular. Ex-presidente será ouvido pela 4ª vez neste ano. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Adriano Machado/Reuters O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será ouvido nesta quarta-feira (12) pela Polícia Federal no inquérito que apura um suposto plano, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos -ES), para golpe de Estado. O depoimento, marcado para esta tarde na sede da PF em Brasília, será o 4º prestado por Bolsonaro à corporação desde que deixou o Planalto (relembre abaixo). A corporação investiga os envolvimentos de Bolsonaro em uma trama anunciada pelo senador, em fevereiro deste ano. Do Val acusou o ex-presidente e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) de organizarem uma reunião, quando Jair Bolsonaro ainda era presidente, para propor ao senador a participação em um plano para golpe de Estado. À época, o parlamentar disse ter participado do encontro com Bolsonaro e Silveira. Marcos do Val afirmou que esperava tratar somente de acampamentos com intenções golpistas mobilizadas em apoio ao então presidente. Segundo o senador, foi aceito, porém, a sua participação em um plano que envolveu a tentativa de gravar uma conversa com Moraes a fim de obter provas que puderam levar à anulação do resultado das eleições presidenciais de 2022. Participação de Bolsonaro Natuza Nery questiona Marcos Do Val sobre conflito de versões do senador Desde fevereiro, Do Val apresentou diversas versões a respeito do encontro. Em um primeiro momento, ele indicou que Bolsonaro havia colocado o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à disposição para a entrega de escutas. Pouco tempo depois, ele atribuiu a fala a Daniel Silveira. O senador também disse que Jair Bolsonaro indicou concordar com a ideia. Em outro momento, retirou a informação. “Bolsonaro [só] ouviu tudo e ficou calado”, afirmou, acrescentando, porém, que ele não rejeitou as ideias de Silveira. Ao ser ouvido pela PF no inquérito, em fevereiro, Marcos do Val declarou, porém, que o ex-presidente não teria mostrado contrariedade ao plano golpista. À GloboNews em junho, o senador afirmou que apresentou somente uma versão sobre o encontro. Ele disse que a versão dada à PF é “verdadeira e com detalhes”. A declaração ocorreu horas após ele ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal, que investigava a investigação de inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Endereços ligados ao senador foram alvo de busca e apreensão em Brasília e no Espírito Santo. Na entrevista, o parlamentar argumentou ainda que utilizou uma “estratégia de persuasão” nas versões aprovadas à imprensa na época. Depoimentos de Bolsonaro Desde que deixou o Planalto, Jair Bolsonaro já prestou depoimento à PF em, pelo menos, três ocasiões: ▶️ Joias sauditas Em depoimento à PF, Bolsonaro diz que conversou pessoalmente com o então diretor da Receita sobre joias apreendidas O ex-presidente foi ouvido no inquérito que apura a tentativa de lançamento de joias doadas pelo regime saudita, avaliações em R$ 5 milhões. O material entrou irregularmente no país e foi compreendido. No fim do mandato, uma equipe da diretoria tentou reavê-lo junto à Receita, sem sucesso. No depoimento, Bolsonaro alegou que ficou sabendo das joias sauditas um ano depois, mas não se lembra de quem o avisou. ▶️ Incitação aos atos golpistas Em depoimento, Bolsonaro diz que caiu sem querer vídeo que questionava sistema eleitoral Bolsonaro também prestou depoimento no inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele é suspeito de ter incitado os ataques. Aos policiais, o ex-presidente disse que estava sob efeito de remédios quando publicou um vídeo com ataques infundados ao sistema eleitoral. ▶️ Fraude no certificado de vacinação Bolsonaro presta depoimento à PF sobre fraudes em cartões de vacinação Bolsonaro foi ouvido no inquérito que apura em cartões de vacina dele, da filha e de auxiliares. O ex-presidente recusou ter dado ordens para inserir dados falsos sobre vacina no sistema do Ministério da Saúde
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