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Barroso faz apelo para que Judiciário trate crimes ambientais com a gravidade que eles têm

Barroso faz apelo para que Judiciário trate crimes ambientais com a gravidade que eles têm

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O Ministro afirmou que recebeu uma ligação do presidente Lula, preocupado com a impunidade com relação a esses delitos. Focos de queimadas ameaçam territórios indígenas na divisão de Mato Grosso com Pará Reprodução/TV Globo O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, fez um apelo, nesta segunda-feira (16), para que a polícia e o Poder Judiciário trata os crimes ambientais com a gravidade que eles têm. Na reunião, Barroso disse que recebeu uma ligação do presidente Lula, preocupado com a impunidade em relação a esses delitos. O ministro discursou na abertura da reunião do Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas (OMA) do Poder Judiciário, que é vinculado ao CNJ. “São crimes que se tornaram gravíssimos e, portanto, é preciso que o Poder Judiciário dê a esses temas a gravidade que eles possuem”, declarou. Tempo seco e queimadas mudam a paisagem do Barroso afirmou que, de acordo com informações técnicas, no Cerrado até pode, dependendo das circunstâncias, ocorrer uma queimada espontânea. Porém, no Pantanal e Amazônia, todas as queimadas são provocadas pela ação humana. “O próprio presidente da República me telefonou, preocupado com a circunstância de impunidade nessas queimadas dolosas, de modo que daqui já faço um apelo ao Poder Judiciário, aos juízes, que tratam esse crime com a seriedade que ele merece ser tratado”. O chefe do Executivo federal se reuniu, nesta segunda, com ministros da área ambiental e do seu núcleo político para discutir novas ações contra os incêndios que tomam o país. Durante o discurso, Barroso também lembrou as medidas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir ações emergenciais de combate às queimadas. “O Brasil enfrentou um dos maiores períodos de seca e queimadas da sua história. Até agosto, registramos mais de 200 mil focos de incêndio, que devastaram uma área superior a 224 mil km² – quase equivalente ao estado de São Paulo”, declarou o ministro. . “O mês de agosto, em particular, totalizando mais de 55 mil km² de vegetação destruída. E em setembro, a situação permanece crítica: em apenas um dia foram registrados cerca de 5 mil novos focos de queimadas. E aqui amanhecemos com a notícia triste , está pegando fogo no Parque Nacional de Brasília”, prosseguiu. “Esses incêndios têm causado sérios danos aos nossos biomas e à saúde dos brasileiros ao propagar uma fumaça densa que cobriu cerca de 60% do território nacional, e começa a afetar países vizinhos. A combinação de práticas ilegais de queimadas e a seca registrada no Norte e Centro -Oeste tem agravado a situação, elevando os níveis de poluição em cidades como São Paulo, que, recentemente, pediu por dias o registro indesejado de pior qualidade do ar do mundo”. Leia também: Área protegida, Parque Nacional de Brasília queimada desde ontem Registro de gás carbônico As queimadas registradas na Amazônia resultaram em 31 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) emitidas na atmosfera, segundos dados inéditos, obtidos com exclusividade pelo Jornal Hoje junto com o Observatório do Clima (OC), rede de entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira. As queimadas pelo Brasil afetaram a qualidade do ar em todo o país Reprodução/TV Globo O número considera o período de junho a agosto de 2024 e é equivalente às emissões de todo o Reino Unido em um único mês. Atualmente, o Brasil emite cerca de 2,3 bilhões de toneladas de gases, sendo o sexto maior emissor global. Esse aumento significativo de gases na atmosfera tem impacto direto nas mudanças climáticas. A fumaça das queimadas, além de liberar CO2, também emite metano (CH4), monóxido de carbono (CO) e óxido nitroso (N2O). Como mostrou o g1, o Brasil enfrentou a maior seca já vista em sua história recente, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável por subsidiar as ações de enfrentamento de crises climáticas .

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