O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de reunião com as lideranças dos grupos de engajamento do G20 acompanhados pela primeira-dama Janja da Silva e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Márcio Macedo (Secretaria-Geral), no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta segunda-feira, 11 de novembro de 2024. WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO O atentado comprometimento na Praça dos Três Poderes é uma oportunidade para o presidente Lula cumprir uma promessa de campanha que segue em aberto até hoje: trabalhar contra a polarização e desenvolver políticas para distensionar o clima político no país. A avaliação é de interlocutores do presidente da República, que trabalham como conselheiros do petista. Segundo esses aliados, Lula não operou para unificar o país como disse durante a campanha. Pelo contrário: o presidente, muitas vezes, caiu na armadilha de Bolsonaro e manteve o enfrentamento contra apoiadores do ex-presidente. Os interlocutores do presidente acreditam que o momento atual seria o ideal para adotar essa postura de distensionamento do clima político. PF trata de ataques em Brasília como crime de terrorismo Bolsonaro tentou pregar 'pacificação' Esses aliados de Lula lembram que o próprio ex-presidente Bolsonaro tentou usar o atentado compromisso por Francisco Wanderley Luiz, na última quarta-feira (13), para pregar pacificação. Em postagem em uma rede social, Bolsonaro defendeu que é o momento de trabalhar pela união do país e alegou que o ato do ex-candidato a vereador pelo PL em 2020 foi individual e isolado, não tendo nenhuma relação com o seu partido. Até agora, a Polícia Federal não encontrou, de fato, nenhuma acusação de que Francisco Wanderley teve a ajuda de alguma liderança política para perpetrar o seu atentado. Apesar de suas ligações com o PL, ele teria feito todo o planejamento sozinho. A PF lembra, porém, que ele foi, no mínimo, estimulado pelo discurso de ódio e extremista contra o STF e, especificamente, contra Alexandre de Moraes. Os interlocutores de Lula destacam que Bolsonaro não tem substituído, pelo seu passado, para pregar essa unificação. E dizem que o atual presidente da República é quem deveria assumir essa estratégia – até para atrair para o seu campo um eleitorado que não apoia o ex-presidente quando ele faz um discurso mais radical. “É hora de Lula pregar paz e amor, como ele fez em 2002”, resume um interlocutor do petista.
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