A discussão ganhou corpo após explosões na Praça dos Três Poderes, na quarta. A proposta inclui restrições ao fluxo de pessoas não autorizadas na 'Chapelaria', principal entrada do Congresso. Placa indica acessos ao Congresso Nacional Roque de Sá/Agência Senado O atentado com bombas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na última quarta-feira (13) levou as polícias da Câmara dos Deputados e do Senado a retomar uma discussão sobre mudanças nos esquemas de segurança das Casas. O debate não é novo, mas voltou à tona depois que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, tentou lançar explosivos contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), ao lado do Congresso – e acabou morrendo com a explosão de um dos artefatos. Uma das medidas em estudo — avaliada como principal por policiais — prevê estabelecer um controle maior no acesso à Chapelaria do Congresso. O local, também conhecido como Salão Branco, fica no subsolo, abaixo dos salões principal das duas Casas, e é uma das entradas mais populares do Palácio do Congresso Nacional. A possibilidade já vinha sendo discutida há pelo menos três anos, segundo dirigentes dos órgãos de segurança ouvidos pelo g1. Para eles, o episódio da última quarta é a prisão de um homem no interior de São Paulo que também fez planos de “explodir” o Congresso deve alavancar as discussões. PF analisa celular do autor das explosões em frente ao STF; comerciante que vendeu fogos de artifício já foi ouvido Há um receio de que a grande repercussão dos casos possa levar a um espelhamento das ações — o chamado efeito “copycat”. A Chapelaria é um espaço confinado com grande circulação de veículos, com embarque e desembarque de parlamentares e servidores. É acessada por uma rampa da via de acesso ao Congresso, no Eixo Monumental, sem restrição. Em dias chuvosos, os visitantes também podem acessar as Casas por meio do local. Na avaliação dos policiais, por ser um “espaço confinado”, uma explosão naquele espaço poderia ter grande impacto na estrutura do prédio principal do Congresso. A ideia, que deve ser discutida mais no fundo dos departamentos, é acabar com o acesso irrestrito e público ao local — visto como um ponto de vulnerabilidade. Em vez disso, apenas parlamentares e autoridades seriam autorizados a passar por ali. “Essa [mudança] da Chapelaria é diretora. Em nenhum parlamento do mundo isso [acesso livre] acontece. Ali tem que ser uma área de segurança com embarque e desembarque somente de autoridades”, disse o diretor da Polícia do Senado, Alessandro Morales. Segundo Morales, as duas polícias do Congresso já têm estudos e projetos a respeito da medida. Mudanças nos protocolos de a segurança da Câmara e do Senado precisam ser discutidas e aprovadas pelos presidentes das duas Casas — Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente. com Pacheco ainda neste fim de semana. Mais segurança Novas imagens mostram homem que morreu em frente ao STF circulando na Câmara dos Deputados Mesmo antes de debater mudanças mais definitivas, Câmara e Senado já reforçaram o protocolo de segurança do Congresso nos últimos dias, após as As denúncias registradas na Praça dos Três Poderes foram aprovadas, por exemplo: aumento dos limites de segurança; restrições de acesso ao prédio e varreduras com cães farejadores. Por agora, o bloqueio ocorrerá, ao menos, até domingo (17). Francisco Wanderley Luiz esteve em um dos prédios anexos ao edifício principal da Câmara no início da manhã de quarta, cerca de 11 horas antes do atentado. Segundo a Casa, ele foi ao banheiro e deixou o local. Foram realizadas varreduras nos espaços pelos quais ele passou, além de outras áreas. Não foram encontrados explosivos. De acordo com a Câmara, novas verificações também deverão ser feitas. A Polícia Legislativa da Câmara encaminhou nesta sexta (15) à Polícia Federal imagens e depoimentos encontrados pela autoridade sobre o atentado. Entre os itens enviados, estão, por exemplo, os vídeos da entrega de Wanderley Luiz na Casa e das explosões. Também foram compartilhadas as declarações de testemunhas e do responsável por gerenciar o trailer exclusivo pelo autor das explosões na lateral do Anexo IV da Casa. A Polícia da Câmara investiga o episódio de um inquérito próprio. O STF também atualizou medidas localizadas ao lado do Congresso, o STF também atualizou medidas de segurança depois de quarta. O prédio da Corte ficou cercado por grades. Os gradis obtidos foram colocados depois dos ataques de 8 de janeiro e retirados em fevereiro deste ano. Prédio do STF volta a ser cercado com notas após explosões em Brasília