
Articulador político com papel de destaque na montagem da campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu afirmou que o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrentou praticamente um “ultimato” para se candidatar à Presidência da República. O petista disse que Tarcísio é o candidato do “estabelecimento agrário e financeiro do país”.
As declarações foram concedidas ao jornal O Estado de S.Paulo em entrevista publicada neste domingo. Sobre a candidatura de Tarcísio à Presidência, Dirceu informa que ele é o mais provável. Caso a escolha não seja concorrente, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), seria a segunda opção. “Eles têm que ganhar de nós”, afirmou.
Ministro da Casa Civil durante a primeira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu afirmou ainda que Jair Bolsonaro não vai “sair de cena” por estar preso, mas que o “bolsonarismo” não será mais maioria no país. “Ele vai ser coadjuvante na próxima eleição”, disse também, ao afirmar que a direita precisa de Bolsonaro, mas que não quer Bolsonaro.
Sobre o PT, Dirceu defendeu que tem “condições de ser maioria, fazendo alianças”, citando a candidatura à reeleição de Lula. O político ainda comentou que o atual mandatário conta com o apoio de parte do MDB e do PSD e que, a depender da dinâmica eleitoral nos estados, há chances de formar alinhamentos outros.
Dirceu irá concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026
Sobre um possível retorno à Câmara dos Deputados, Dirceu disse que pode colaborar com o PT e com o governo Lula — se ele for reeleito. “Eu tenho experiência, história e propostas para apresentar. Uma delas é a reforma política, com proporcionalidade na Câmara e fidelidade partidária; a outra é a reforma social”, comentou.
Em 2005, José Dirceu recebeu seu mandato como deputado federal cassado por quebra de decoro parlamentar no processo do Mensalão. Em 2013, foi preso, acusado de liderar esquema de compra de votos no Congresso.
Questionado se o “orçamento secreto” se trata de um Mensalão aprimorado, Dirceu afirmou que nunca foi provado no Supremo Tribunal Federal que houve compra de votos, mas o uso de empréstimos bancários para financiar a caixa dois e pagar despesas de campanha. O político afirmou ainda que pedirá revisão criminal contra seu processo.
Após a primeira prisão, José Dirceu foi preso outras três vezes no âmbito da Operação Lava Jato. No entanto, em 2024, teve suas condenações anuladas pelo ministro Gilmar Mendes, o que abriu caminho para se candidatar a deputado federal no próximo ano.
Atualmente, o político está encarregado de fazer as políticas do PT e da campanha à reeleição de Lula em 2026. Além disso, coordena a estruturação de um novo programa para o partido nas próximas décadas. Segundo ele, a construção do pós-Lula passa pela supervisão do PT.











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