O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) minimizou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar mais alguns produtos brasileiros da lista do tarifaço de 50% imposto em meados de julho, como café e carne. Nesta quinta (20), o líder norte-americano anunciou a retirada da sobretaxa de 40% dos principais itens agrícolas brasileiros exportados para lá, mantendo apenas a tarifa linear de 10% imposta a todos os países.
A decisão tomou após o início das negociações de Trump com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desde outubro, segundo citou o norte-americano e sem fazer qualquer menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o fez quando impôs a tarifação. Na época, ele classificou o julgamento do ex-presidente como um dos motivos e como uma “caça às bruxas”.
“É preciso ser claro: a diplomacia brasileira não teve nenhum mérito na retirada parcial dessas tarifas de hoje. Assim como beneficiou outros países, a decisão dos EUA decorreu apenas de fatores internos, especialmente a necessidade de conter a inflação americana em setores dependentes de insumos estrangeiros”, afirmou em uma postagem nas redes sociais.
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Ainda ao minimizar as negociações tocadas entre Brasil e Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro voltou a usar o termo “tarifa-Moraes” e insistiu que a medida teve origem na “instabilidade jurídica” provocada por decisões do ministro Alexandre de Moraes, reforçando que o rompimento parcial anunciado por Washington não altera sua avaliação sobre o impacto político da crise institucional no Brasil.
“A tarifa-Moraes de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros é consequência direta da crise institucional causada pelo ministro Alexandre de Moraes, cujos abusos já preocupam o mundo e afetam a confiança internacional no Brasil”, escreveu.
Ele declarou que o decreto aprovado por Trump buscou enfrentar a pressão inflacionária que atinge o consumidor americano, especialmente em produtos como café e carne bovina, dois itens em que o Brasil é líder nas exportações e que têm peso relevante na cesta de consumo dos Estados Unidos. Segundo o parlamentar, a preocupação da Casa Branca está diretamente ligada ao preço dos alimentos, ponto sensível para o eleitorado americano.
Eduardo também destacou que 2026 será um ano decisivo na política dos Estados Unidos, marcado pelas eleições de meio de mandato, quando a Câmara e parte do Senado forem renovadas. Para ele, essa conjuntura torna qualquer ação que reduza custos para o consumidor uma prioridade estratégica para o governo americano.
“O Brasil precisa recuperar a segurança jurídica e o respeito às liberdades. Sem isso, não há crescimento de discussões nem relações internacionais confiáveis”, completou.
Há a expectativa de que mais um “grande anúncio” ao Brasil seja feito por Trump nesta sexta (21), segundo reportagem a jornalistas da CNN que acompanha a Casa Branca. O governo brasileiro negocia a retirada total das tarifas e também as avaliações aplicadas às autoridades brasileiras, como a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).











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