Lotação, vandalismo e até tráfico: os desafios dos trens do RJ, que terão nova operadora em março
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Passageiros pulam catracas da Supervia em dia de megaoperação no Rio Depois de quase 30 anos, os trens que cortam boa parte do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense vão mudando de mãos. Após sucessivos adiamentos, a Supervia anunciou que deixa a operação no dia 16 de março de 2026. Mas ainda não se sabe quem vai assumir o serviço: o governo do estado pretende definir o novo operador em dezembro. Embora a definição não venha, a única certeza é que uma nova empresa terá um desafio enorme pela frente: insegurança, lotação e sucateamento são uma rotina nas linhas. A equipe do RJ2 percorreu toda a malha ferroviária nas últimas semanas e acompanhou de perto a rotina dos passageiros nos ramais de Deodoro, Santa Cruz e Paracambi, e flagrou até tráfico e consumo de drogas em estações. Ponto de venda de droga na área da estação da Supervia no Rio Reprodução/TV Globo Mais de 100 estações em 270 km de malha Os cinco ramais e três extensões dos trens do RJ têm 270 km de trilhos e 104 estações Reprodução/TV Globo O sistema ferroviário do Rio tem 270 milhas de trilhos, 5 ramais, 3 extensões e 104 estações. Os trens transportaram cerca de 300 mil passageiros por dia, conectando a capital às cidades do entorno. Em Senador Camará e Padre Miguel, usuários de drogas circulam livremente e há pontos de venda de entorpecentes dentro das áreas da estação. Consumo de drogas em estação de trem no Rio Reprodução/TV Globo No Ramal Japeri, a situação se repete: usuários de drogas nas estações, vandalismo nos vagões, bancos destruídos e intervalos longos entre os trens. Em Paracambi, a última estação do ramal, falta até banheiro para os passageiros. “Você paga a passagem, paga tudo, tem que ter um banheiro”, reclama Idalino Neto Bezerra de Souza, carpinteiro. Em Deodoro, passageiros são arriscados pelos trilhos e vagões abandonados formam um “cemitério de trens”. Cemitério de trens da Supervia Reprodução/TV Globo Superlotação A superlotação é um dos principais problemas enfrentados diariamente: “Quando tem jogo funciona que é uma beleza. Agora, quando não tem… a gente passa muito sufoco aqui. É muito ruim, moço…”, relata uma passageira. Outro usuário completo: “Sempre foi esse sofrimento. Até que hoje tá tranquilo, tá vazio. Tem dia que o negócio é feio”. Sucateamento A falta de manutenção é visível em várias estações. Banheiros em condições precárias, escadas rolantes quebradas e acessibilidade comprometida dificultam a vida de quem depende do serviço. “Muita falta… ainda mais eu que sou fibromiálgica, então subir escada fica muito difícil. A gente quer reclamação, mas parece que a nossa voz não sai”, desabafa Ana, cuidadora de idosos. O preço da passagem é de R$ 7,60, com tarifa social a R$ 5. Considere muito o valor alto diante da qualidade do serviço. “Pelo serviço que eles oferecem tá caro – 7,60 tá muito caro… caro demais”, afirma Jeferson Cabral de Santana, militar. Concessão desde 1988 A concessão da Supervia começou em 1998 e, desde então, enfrenta desafios. Em 2023, a empresa comunicou ao governo que não tinha condições de continuar operando, citando prejuízos com a pandemia, furto de cabos e congelamento de tarifas. Um acordo judicial prorroga a operação até março de 2026, quando uma nova operadora deve assumir o sistema. Três meses de transição A secretária estadual de Transportes, Priscila Haidar Sakalem, afirma que o governo trabalhou para garantir uma transição sem prejuízo ao passageiro. “A nossa expectativa é janeiro e março a gente tem Supervia e o novo administrador coexistindo. E a partir de abril o novo operador já toca a operação pelo período de cinco anos”, explica. Apesar das promessas de melhorias, os problemas de vandalismo e insegurança persistem. “Temos o GPfer, que é um grupo ferroviário composto por policiais militares, e a gente age em conjunto com toda a força policial do estado”, diz a segurança, que destaca ações para reduzir furos de cabos e melhorar a segurança, mas registrar que ainda há muito a ser feito. O que disseram os citados A Supervia informou, em nota, que investiu junto com o governo do estado cerca de R$ 160 milhões no sistema no último ano. Segundo a administração, os recursos foram aplicados em reformas estruturais, como troca de dormentes e recuperação da sinalização, o que foi feito na redução do tempo de viagem, principalmente nos ramais Santa Cruz e Japeri. A empresa declarou ainda que a média de passageiros aumentou 10% desde então. A Polícia Militar afirmou que as equipes atuam com patrulhamento preventivo nas plataformas, acessos e áreas internas das estações, além de realizar rondas embarcadas e reforço nos horários de maior fluxo.
Passageiros pulam catracas da Supervia em dia de megaoperação no Rio Depois de quase 30 anos, os trens que cortam boa parte do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense vão mudando de mãos. Após sucessivos adiamentos, a Supervia anunciou que deixa a operação no dia 16 de março de 2026. Mas ainda não se sabe quem vai assumir o serviço: o governo do estado pretende definir o novo operador em dezembro. Embora a definição não venha, a única certeza é que uma nova empresa terá um desafio enorme pela frente: insegurança, lotação e sucateamento são uma rotina nas linhas. A equipe do RJ2 percorreu toda a malha ferroviária nas últimas semanas e acompanhou de perto a rotina dos passageiros nos ramais de Deodoro, Santa Cruz e Paracambi, e flagrou até tráfico e consumo de drogas em estações. Ponto de venda de droga na área da estação da Supervia no Rio Reprodução/TV Globo Mais de 100 estações em 270 km de malha Os cinco ramais e três extensões dos trens do RJ têm 270 km de trilhos e 104 estações Reprodução/TV Globo O sistema ferroviário do Rio tem 270 milhas de trilhos, 5 ramais, 3 extensões e 104 estações. Os trens transportaram cerca de 300 mil passageiros por dia, conectando a capital às cidades do entorno. Em Senador Camará e Padre Miguel, usuários de drogas circulam livremente e há pontos de venda de entorpecentes dentro das áreas da estação. Consumo de drogas em estação de trem no Rio Reprodução/TV Globo No Ramal Japeri, a situação se repete: usuários de drogas nas estações, vandalismo nos vagões, bancos destruídos e intervalos longos entre os trens. Em Paracambi, a última estação do ramal, falta até banheiro para os passageiros. “Você paga a passagem, paga tudo, tem que ter um banheiro”, reclama Idalino Neto Bezerra de Souza, carpinteiro. Em Deodoro, passageiros são arriscados pelos trilhos e vagões abandonados formam um “cemitério de trens”. Cemitério de trens da Supervia Reprodução/TV Globo Superlotação A superlotação é um dos principais problemas enfrentados diariamente: “Quando tem jogo funciona que é uma beleza. Agora, quando não tem… a gente passa muito sufoco aqui. É muito ruim, moço…”, relata uma passageira. Outro usuário completo: “Sempre foi esse sofrimento. Até que hoje tá tranquilo, tá vazio. Tem dia que o negócio é feio”. Sucateamento A falta de manutenção é visível em várias estações. Banheiros em condições precárias, escadas rolantes quebradas e acessibilidade comprometida dificultam a vida de quem depende do serviço. “Muita falta… ainda mais eu que sou fibromiálgica, então subir escada fica muito difícil. A gente quer reclamação, mas parece que a nossa voz não sai”, desabafa Ana, cuidadora de idosos. O preço da passagem é de R$ 7,60, com tarifa social a R$ 5. Considere muito o valor alto diante da qualidade do serviço. “Pelo serviço que eles oferecem tá caro – 7,60 tá muito caro… caro demais”, afirma Jeferson Cabral de Santana, militar. Concessão desde 1988 A concessão da Supervia começou em 1998 e, desde então, enfrenta desafios. Em 2023, a empresa comunicou ao governo que não tinha condições de continuar operando, citando prejuízos com a pandemia, furto de cabos e congelamento de tarifas. Um acordo judicial prorroga a operação até março de 2026, quando uma nova operadora deve assumir o sistema. Três meses de transição A secretária estadual de Transportes, Priscila Haidar Sakalem, afirma que o governo trabalhou para garantir uma transição sem prejuízo ao passageiro. “A nossa expectativa é janeiro e março a gente tem Supervia e o novo administrador coexistindo. E a partir de abril o novo operador já toca a operação pelo período de cinco anos”, explica. Apesar das promessas de melhorias, os problemas de vandalismo e insegurança persistem. “Temos o GPfer, que é um grupo ferroviário composto por policiais militares, e a gente age em conjunto com toda a força policial do estado”, diz a segurança, que destaca ações para reduzir furos de cabos e melhorar a segurança, mas registrar que ainda há muito a ser feito. O que disseram os citados A Supervia informou, em nota, que investiu junto com o governo do estado cerca de R$ 160 milhões no sistema no último ano. Segundo a administração, os recursos foram aplicados em reformas estruturais, como troca de dormentes e recuperação da sinalização, o que foi feito na redução do tempo de viagem, principalmente nos ramais Santa Cruz e Japeri. A empresa declarou ainda que a média de passageiros aumentou 10% desde então. A Polícia Militar afirmou que as equipes atuam com patrulhamento preventivo nas plataformas, acessos e áreas internas das estações, além de realizar rondas embarcadas e reforço nos horários de maior fluxo.[/gpt3]











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