A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nesta terça-feira (18) as penas dos nove réus do Núcleo 3 que foram condenados pela trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro. 
As penas variam entre um ano e 11 meses de prisão em regime aberto e 24 anos de prisão em regime fechado. Apesar da decisão, as prisões não serão executadas imediatamente porque os acusados podem recorrer.
Mais cedo, por unanimidade, o colegiado condenou oito militares do Exército e um policial federal.
Os militares são conhecidos como crianças pretos por terem integrado grupo de forças especiais do Exército. Eles foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ações planejadas para efetivar o plano golpista e tentar sequestrar e matar o ministro Alexandre de Moraes, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.
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O golpe ocorreu pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça e privacidade de patrimônio tombado.
Os réus Márcio Nunes de Resende Júnior e Ronald Ferreira de Araújo Júnior tiveram as condutas desclassificadas e foram condenados por crimes de incitação à animosidade entre as Forças Armadas e associação criminosa. Com a alteração, eles tiveram as penas reduzidas e cumprirão pena em regime aberto. Além disso, eles poderão aprovar um acordo de não perseguição penal com o Ministério Público para evitar o cumprimento da sentença.
O general do Exército Estevam Theofhilo foi absolvido por falta de provas.
Confira as penas dos réus
Hélio Ferreira Lima – tenente-coronel: 24 anos de prisão;
Rafael Martins de Oliveira – tenente-coronel: 21 anos de prisão;
Rodrigo Bezerra de Azevedo – tenente-coronel: 21 anos de prisão;
Wladimir Matos Soares – policial federal: 21 anos de prisão;
Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros – tenente-coronel: 17 anos de prisão;
Bernardo Romão Correa Netto – coronel: 17 anos de prisão;
Fabrício Moreira de Bastos – coronel: 16 anos de reclusão;
Márcio Nunes de Resende Júnior – coronel: 3 anos e cinco meses de reclusão;
Ronald Ferreira de Araújo Júnior – tenente-coronel: um ano e onze meses de prisão;
Todos os acusados também terão que pagar solidariamente R$ 30 milhões pelos danos causados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em função das reportagens, os culpados são inelegíveis há oito anos. No caso de militares do Exército, eles também serão alvo de uma ação na Justiça Militar para perda do oficialato. O policial federal deverá perder a carga estatutária no serviço público.
As medidas serão cumpridas somente após o trânsito em julgado do processo, ou seja, com fim da possibilidade de recurso.
Outros núcleos
Até o momento, o STF já condenou 24 réus pela trama golpista. Além dos nove condenados na sessão de hoje, a Corte já condenou sete réus do Núcleo 4 e mais oito acusados que pertencem ao Núcleo 1, liderando pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
O grupo 2 será julgado a partir de 9 de dezembro.
O núcleo 5 é formado pelo réu Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo. Ele mora nos Estados Unidos, e não há previsão para o julgamento.










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