
Ao mesmo tempo em que os países da Otan aumentam seus gastos com defesa devido ao recebimento de uma invasão da Rússia, os governos das nações que compõem a aliança militar do Ocidente também estão adotando protocolos, manuais e guias de preparação para guerras eventuais.
O país mais recentemente aderiu a uma medida nesse sentido para a Holanda. Domicílios holandeses assinaram a partir da próxima semana um manual oficial com instruções para enfrentar as primeiras 72 horas de uma crise grave, desde ciberataques e apagões até inundações ou um possível conflito armado, em uma iniciativa que também busca um efeito dissuasório perante possíveis adversários.
O manual, intitulado “Prepare-se para uma situação de emergência”, tem 33 páginas e será distribuído entre 25 de novembro e 10 de janeiro, em uma campanha que pretende aumentar a preparação da população em um país que, segundo especialistas em segurança, continua sendo “muito vulnerável” a cenários extremos, anunciado nesta terça-feira (18) o governo interino na emissora de televisão pública NOS.
O documento contém conselhos práticos para que os cidadãos possam ser autossuficientes durante os primeiros dias após uma catástrofe, nos quais as autoridades não poderão assistir imediatamente a toda a população.
O conteúdo inclui cenários como um ataque informático que deixa o país sem eletricidade, a impossibilidade de se comunicar com familiares, supermercados desabastecidos, postos de gasolina fechados e dúvidas sobre a disponibilidade de água potável.
O documento aconselha os cidadãos a preparar um kit de emergência com cópia de documentos de identidade, um mapa do bairro, comida não perecível, água, um rádio a pilhas e um apito para avisar as equipes de resgate.
Também sugere que sejam planejadas questões básicas, como quem buscará as crianças na escola se a comunicação digital falhar, como ajudar as vizinhanças com mobilidade reduzida ou o que fazer se o transporte público for interrompido.
Outros países de Otan já adotaram recentemente guias e protocolos para cenários de guerra. No ano passado, Berlim elaborou o “Plano de Operações Alemanha”, que estabelece uma série de protocolos para defesa do país em caso de invasão.
Neste ano, a Polônia divulgou um manual com orientações sobre como proceder diante de eventuais conflitos, crises de saúde pública e desastres naturais, entre outros cenários.
Além de estar elaborando um guia semelhante, o governo da França envia em julho uma carta às agências regionais de saúde determinando que hospitais estarão prontos até março de 2026 para atender centenas de soldados feridos em caso de conflito armado de grande escala.










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