Um padre foi sequestrado e cristãos foram atacados durante uma nova ofensiva de extremistas armados no estado de Kaduna, na Nigéria, segundo informou a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) nesta segunda-feira (17). De acordo com a entidade, o ataque ocorreu na comunidade de Kushe Gugdu e deixou ao menos um morto.
Segundo a ACN, os extremistas invadiram nas primeiras horas do dia a residência do padre Bobbo Paschal, pároco da Paróquia de Santo Estêvão, e o sequestraram. A arquidiocese relatou ainda que o irmão do padre Anthony Yero foi assassinado na mesma ação, que também resultou no sequestro de outros moradores da região.
Os cristãos estão sendo alvos de ataques violentos na Nigéria perpetrados por extremistas islâmicos. No final de outubro, a escalada da violência chamou a atenção do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu designar novamente a Nigéria como País de Preocupação Particular (CPC), em conformidade com a Lei Internacional de Liberdade Religiosa.
O presidente americano também cobrou investigações no Congresso e indicou que poderia adotar medidas mais duras caso o governo nigeriano continuasse permitindo o assassinato de cristãos. Na postagem neste mês, Trump alertou que os EUA poderiam “entrar” na Nigéria “com armas em punho” para “eliminar completamente os terroristas islâmicos” que atacam os cristãos. Na ocasião, o presidente americano disse que colocou o Departamento de Guerra em alerta para uma “possível operação” na Nigéria.
Dias após a pressão americana, o Exército Nigeriano anunciou uma operação antiterrorista no estado de Borno que resultou no resgate de 86 reféns de grupos terroristas como Boko Haram e Estado Islâmico da África Ocidental. Segundo o governo, outras 29 pessoas ligadas à logística adequada dos grupos extremistas também foram detidas.
Segundo nota da AIS, a Paróquia de Santo Estêvão fez um apelo “urgente” para que a justiça e as pessoas de boa vontade se unam em oração pela libertação imediata do padre Paschal e dos demais sequestrados. A ACN afirmou estar em contacto permanente com a Igreja local e manifestou “profunda preocupação” com mais um episódio violento contra comunidades cristãs no país.
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