Reino Unido reforça defesa da Bélgica após incursões de drones

Uma série de incursões de drones supostamente forçou o fechamento de aeroportos e colocou bases militares em alerta, levando o governo belga a solicitar ajuda militar externa. Em resposta, o Reino Unido inveja equipamento e pessoal para fortalecer a defesa da Bélgica, um movimento que evidencia a escalada das ameaças híbridas da Rússia e a preocupação crescente com a proteção de infraestrutura crítica na Europa. O chefe do Estado-Maior da Defesa Britânica, Sir Richard Knighton, confirmou o apoio, destacou a BBC.

Embora a origem exata dos drones ainda seja desconhecida, as autoridades britânicas consideram plausível que as incursões tenham sido ordenadas por Moscou, num padrão de intimidação a países da Otan.

Crise aérea e mobilização de aliados para a defesa da Bélgica

A crise se intensificou quando o Aeroporto de Bruxelas foi obrigado a fechar temporariamente na noite de quinta-feira, com drones sendo avistados também em bases militares. A interrupção afetou cerca de 3.000 passageiros da Brussels Airlines, que causou custos elevados com o cancelamento ou desvio de ofertas de voos.

O Ministério da Defesa do Reino Unido agiu rapidamente. Membros da 2ª Ala de Proteção da Força Aérea Real (RAF), especializada na defesa de instalações estratégicas, provavelmente serão mobilizados. Sir Richard Knighton afirmou que o Reino Unido ajudará a Bélgica “fornecendo nosso kit e capacidade”, em cooperação com aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A Alemanha também se juntou ao esforço, anunciando apoio com medidas antidrones.

Um padrão regional de ameaças híbridas

As incursões em território belga seguiram incidentes semelhantes que perturbaram o tráfego aéreo em diversas nações da Otan, como Suécia, Noruega, Dinamarca e Alemanha — todos os apoiadores da Ucrânia. A Rússia nega consistentemente as acusações de condução de uma guerra híbrida.

Apesar da falta de provas definitivas, uma suspeita persiste. O ministro da Defesa alemã, Boris Pistorius, e os serviços de segurança belgas suspeitam que a Rússia esteja por trás das ações. As autoridades belgas, que antes de viajarem com drones como um problema local, agora autorizam uma ameaça a instalações civis em vários países.

Sir Richard Knighton classificou a Rússia como “a ameaça mais premente para a Europa”, citando não apenas a guerra na Ucrânia, mas também atos de sabotagem e assassinatos em solo britânico. A Otan define ameaças híbridas como o uso de táticas militares e não militares para interferir em instituições ou infraestruturas sensíveis — uma área que, segundo Knighton, o Reino Unido precisa fortalecer.

Solidariedade Atlântica e o debate sobre investimentos

Diante desse cenário, o secretário de Defesa britânico, John Healey, ressaltou que “a força reside nas alianças e na resolução coletiva para defender, dissuadir e proteger nossa infraestrutura crítica”. A resposta coordenada é vista como essencial.

As perguntas também foram alimentadas por incursões aéreas mais abertas da Rússia na Europa Oriental. Recentemente, o Reino Unido enviou jatos Typhoon da RAF para missões de defesa sobre a Polônia, como parte da missão da Otan para fortalecer seu flanco oriental.

A urgência dos gastos militares

A crise expõe lacunas de defesa e alimenta o debate sobre o investimento militar no Reino Unido. Os críticos pedem mais urgência ao governo, que anunciou planos de aumentar os gastos com defesa para 2,5% do produto interno bruto (PIB) a partir de 2027, com a ambição de atingir 3%. Sir Richard Knighton, no entanto, defendeu o financiamento, chamando-o de “mais do que jamais conheci na minha carreira”.

A urgência de Bruxelas em buscar defesas antidrones, após o fechamento do Aeroporto de Zaventem, demonstra a seriedade com que a Europa enfrenta a proteção de seus ativos ativos contra ameaças não convencionais.