
A líder do Bloco de Esquerda (BE) de Portugal, Mariana Mortágua, anunciou neste sábado (25) que não concorrerá à reeleição para dirigir o partido após “assumir a responsabilidade” por não ter cumprido o objetivo de travar o avanço da “extrema direita”, em referência aos maus resultados eleitorais deste ano.
“Com o crescimento da direita e, em particular, da extrema direita e sua influência na política portuguesa, era necessário dar um novo impulso à esquerda (…) considere que esse objetivo não foi exercício e assunção de responsabilidade”, disse Mortágua em coletiva de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
Antes, ela já havia anunciado, em carta dirigida aos militantes, a sua decisão, que chega dias antes de o BE realizar a sua XIV Convenção Nacional, em 1º e 2 de novembro de 2025, em Lisboa, para escolher a sua nova liderança.
Mortágua, que se descartou se salvar da vida política, também argumentou que “o BE pode se beneficiar neste momento de outras pessoas, outras caras, outras vozes”, e acrescentou que está “muito orgulhosa” dos últimos dois anos e meio em que esteve à frente da sigla.
O BE obteve os seus melhores resultados eleitorais nas legislativas de maio, quando conquistou apenas um assento no Parlamento; nas prefeituras, e não conseguiu corresponder às expectativas.
Em maio, quando a sigla perdeu quatro dos cinco deputados que tinha, Mortágua percebeu, com os olhos marejados, uma “derrota importante” da esquerda em Portugal.
Os maus resultados da sigla também podem estar relacionados com a polêmica protagonizada pelo partido no início do ano, quando veio à tona que cumpriu demitiu, em 2022, sob a liderança de Mortágua, dois trabalhadores que tiveram dado à luz recentemente.
Para parlamentares de um dos principais partidos de esquerda do país, essa ação representou uma decepção por revelar incoerência entre as posições defendidas pelo BE e sua forma de atuar.
Recentemente, Mortágua integrou a Flotilha Global Sumud ao lado de outros três portugueses, todos expulsos de Israel e deportados para Portugal, onde denunciaram ter sofrido “maus-tratos” e pressão para renovar documentos. Nesse sentido, o líder tem sido uma das mais fervorosas defensoras da causa palestina na política portuguesa.

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