A plataforma Meta se decidiu a fornecer ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes dados sobre contas do Instagram de usuários com registros nos Estados Unidos, Portugal e Argentina. A recusa ocorreu em petição protocolada nesta quarta-feira (8). Nela, os advogados da plataforma pedem a Moraes, “respeitosamente, a reconsideração” da ordem.
No dia 1º de outubro, Moraes, a pedido da Polícia Federal, ordenou que as plataformas fornecessem os dados de 41 contas do Instagram, cinco contas do TikTok, 20 contas do X e três contas do YouTube. Em relação ao Instagram, além das três contas no exterior, a Meta informou que não encontrou dois dos perfis solicitados.
Os advogados da plataforma defendem que os dados de usuários fora da jurisdição brasileira “devem ser buscados por meio dos mecanismos de cooperação jurídica internacional disponíveis, como expressamente determinado por esse Supremo Tribunal Federal”.
VEJA TAMBÉM:
- Sergio Moro fala sobre acusação de calúnia a Gilmar Mendes, escândalo do INSS e eleições em 2026
- Articulação política de ministros do STF por blindagem a Magnitsky traz riscos diplomáticos e econômicos
Dino alegações de ameaças
A determinação ocorreu no âmbito do inquérito das “milícias digitais”, que também investiga o empresário Elon Musk, dono da rede social X. Agora, a ação apura supõe ameaças ao ministro Flávio Dino. Segundo a decisão de Moraes, Dino alegou que “logo após proferir o seu voto no âmbito da ação penal nº 2.668, passou a ser destinatário de graves ameaças contra a sua vida e integridade física veiculadas pela internet”. Dino apresentou 50 estampas das supostas ameaças.
Mesmo se tratando de matéria criminal, a Corte inveja a requisição do e-mail do escritório de advocacia que possui, em seu endereço, a previsão “eleitoral”. Por isso, a Meta solicita ao Supremo que passe a utilizar o sistema disponibilizado pela plataforma, de uso exclusivo de autoridades. Segundo a petição, o sistema “permite o envio, acompanhamento e processamento online de requisições de dados de usuários por parte de autoridades públicas no curso de investigações e persecuções criminais, 24 (vinte e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana, em português.”
VEJA TAMBÉM:
- Rubio ligado a Mauro Vieira para iniciar negociações com os EUA, diz Lula
- Articulação política de ministros do STF por blindagem a Magnitsky traz riscos diplomáticos e econômicos
Prática semelhante levou Moraes à sanção
A tentativa de censurar cidadãos americanos foi apontada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como principal razão pela qual decidiu revogar o visto de Moraes aos Estados Unidos, além de incluí-lo no rol de sancionados pela lei Magnitsky. Para Trump, Moraes é considerado um violador dos direitos humanos por praticar, segundo ele, censura e claramente ao devido processo legal.
As acusações ganharam fôlego quando o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral, passou a divulgar conversas de grupos de trabalho. As conversas evidenciaram, entre outras coisas, que Moraes determinou o monitoramento de política de direita para, depois disso, incluir-los nos inquéritos em curso. O ministro diz que todos os inquéritos citados por Tagliaferro respeitam o devido processo legal, e com todos os procedimentos registrados nos automóveis.
Deixe o Seu Comentário