A Polícia Federal realiza nesta quinta (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura o esquema de descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS.
São cumpridos 66 mandatos de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal. As primeiras informações apontam que os alvos são empresas responsáveis pela lavagem de dinheiro do esquema, mas os nomes não foram divulgados.
“A ação de hoje tem o objetivo de aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”, disse a PF em nota.
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A nova fase da Operação Sem Desconto foi realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e teve os mandatos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O esquema de fraude no INSS gerou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões aos aposentados e pensionistas entre os anos de 2019 e 2024 por meio de entidades associativas que realizaram os descontos sem a autorização dos beneficiários. A primeira fase da operação, realizada em abril, levou à demissão do então presidente do órgão, Alessandro Steffanuto, e abriu uma crise no governo.
Já no mês passado, a PF prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que seria um dos operadores do esquema, e o empresário Maurício Camisotti.
Longa investigação
Inquéritos conduzidos pela Polícia Federal (PF) em 13 estados e no Distrito Federal podem resultar no indiciamento de mais de 100 suspeitos de envolvimento direto e indireto na fraude bilionária na Previdência Social (INSS), segundo apurou a Gazeta do Povo. A polícia também tenta provar quanto cerca de R$ 6,3 bilhões repassados a sindicatos e associações de folhas de pagamento de aposentados e pensionistas são frutos de conduta criminosa.
O número de indiciamentos ainda pode aumentar conforme o andamento das investigações, que ainda não têm dados para serem concluídos, segundo uma fonte da PF envolvida diretamente na investigação que solicitou para não ter o nome revelado por tratar de questões sensíveis. A reportagem apurou que as investigações da polícia seguem em pelo menos três frentes diferentes:
- Levantar provas contra os servidores e a antiga cúpula do INSS suspeitos de operacionalização e facilitação de descontos
- Descobrir quais mecanismos usados para que a fraude fosse aplicada em massa contra milhões de beneficiários
- Provar que dirigentes de associações e sindicatos e empresários receberam recursos furtados dos aposentados e tentarão recuperá-los
A PF também quer identificar valores exatos desviados, tendo em vista que os R$ 6,3 bilhões arrecadados em uma investigação feita pela CGU específica ao valor total repassado entre 2019 a 2024 pelo INSS da folha de pagamento dos aposentados para sindicatos e associações. Não se sabe ainda quanto dos montantes correspondem a fraudes e quanto a operações legais.
Um levantamento feito por amostragem pela CGU apontou um índice de 97% de fraude, em que foram contatados em 1.300 entrevistas que não autorizaram os débitos em suas contas.
Mais informações em instantes.
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