Placar apertado, que solicitou a urgência por 260 votos a favor — somente três a mais que o mínimo —, é pressão para mostrar que o governo não tem os 308 votos necessários para aprovar a PEC do corte de gastos. O governo deve liberar emendas. Congresso Reprodução/TV Globo O cartaz apertadíssimo que emitiu a urgência da votação do corte de gastos tem vários sinais de pressão. O primeiro é a óbvia e já pública insatisfação dos parlamentares com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de dar mais transparência às emendas – mais do que o Congresso queria. Mas os governantes avaliam que a margem de apenas três votos é pressão para mostrar que o governo tem um longo caminho para aprovar o pacote de gastos, porque só teria, até agora, esses 260 votos. E a PEC do corte de gastos, como se trata de mudança na Constituição, exige pelo menos 308 votos. “O cartaz de ontem é um recado para o governo: vocês têm votos para aprovar os dois projetos, mas não te para aprovar a PEC”, disse um parlamentar ao blog. Os deputados da base estão conversando com o Centrão — bloco informal que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita — e costurando acordos. Na negociação, o governo sinalizou com a liberação de R$ 7,8 bilhões em emendas parlamentares individuais e de bancada nos próximos dias. Segundo apurou o g1/TV Globo, o pagamento desses quase R$ 8 bilhões deve ser feito apenas na sexta (6). “A gente quer agilizar isso, mas tem uma burocracia e um tempo próprio, mas a prioridade é liberar esta semana”, disse outro parlamentar que está atuando direto nas negociações. O governo espera que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), escolha hoje os três relatores das propostas de corte de gastos. Eles atuarão de forma direta nessas negociações sobre emendas. Já aliados de Lira esperam também que o STF reveja trechos da decisão de Flávio Dino — a Advocacia-Geral da União (AGU) já fez esse pedido. Porém, Dino não tem pressa para analisar esse pedido. Ele é respaldado por todos os ministros do STF na decisão sobre as emendas. Corte de gastos: Câmara aprova pedido de urgência para votação de parte das medidas Urgência aprovada A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4) a urgência para dois projetos do pacote de corte de gastos do governo. A urgência para o primeiro projeto foi aprovado com 260 votos a favor. Ou seja, apenas 3 acima do mínimo necessário, o que indica votação de votação. Para o segundo — que não prevê mínimo de votos, a não ser a maioria simples — o governo conseguiu 267 votos. 🔎Um texto ao qual é dada urgência fica dispensado de passar pelas comissões temáticas da Casa e pode ser votado diretamente em plenário. O governo tem pressa para votar o pacote do corte de gastos ainda neste ano, mas encontrou resistência dentro do Congresso.
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