O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, de estar ligado ao Departamento de Estado Americano, o que teria motivado o veto à entrada venezuelana como país-parceiro nos Brics.
“O Itamaraty é há anos um poder dentro do poder do Brasil”, disse Maduro na noite de segunda-feira (28), em seu programa de televisão.
“O Itamaraty é uma chancelaria que conhecemos bem, que sempre conspirou contra a Venezuela, [mas] conseguir levar adiante segundo as regras da diplomacia, é uma chancelaria intimamente ligada ao Departamento de Estado dos EUA desde a década de 1960”, acrescentou o ditador da Venezuela.
“Praticamente não há funcionários que não tenham alguma ligação com o Departamento de Estado, sempre foi assim e continua sendo até hoje”, disse Maduro.
O ditador também afirmou que o Itamaraty foi o responsável por sabotar a presença da Venezuela no Mercosul (o país foi admitido em 2012, mas está suspenso do bloco desde 2016) e criticou Eduardo Paes Saboia, secretário da Ásia e Pacífico do ministério.
“Quando travamos uma batalha muito longa para entrar no Mercosul, o Itamaraty sempre criou obstáculos, foi o grande promotor da exclusão ilegal da Venezuela do Mercosul, uma mancha na diplomacia brasileira com uma ideologia antivenezuelana”, afirmou.
Sobre Saboia, Maduro o chamou de “intransigente” e “bolsonarista”. “Esse funcionário foi quem falou em nome do Brasil para estabelecer na mesa de negociações que seu governo vetou a entrada da Venezuela como país na lista de convidados para ser membro dos Brics”, afirmou.
A respeito do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, Maduro o ridicularizou e disse que ele “quase desmaiou” ao vê-lo na cúpula dos Brics realizada na semana passada em Kazan, na Rússia.
Nesse encontro, o Brasil vetou a admissão da Venezuela como país-parceiro do bloco. O Ministério das Relações Exteriores venezuelano chamou a atitude brasileira de “gesto hostil” na última quinta-feira (24).
UM Gazeta do Povo Solicito ao Itamaraty um posicionamento sobre os comentários de Maduro, mas ainda não obtive resposta. Esta reportagem será atualizada caso haja retorno.
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